Fabricante de massas e biscoitos mais conhecida por marcas como Adria e Piraquê, a M. Dias Branco vem investindo na introdução de novas categorias e de itens saudáveis e de maior valor agregado ao seu portfólio. Agora, como parte dessa estratégia, o grupo está adicionando mais alguns ingredientes a esse cardápio.
A M. Dias Branco acaba de divulgar a aquisição de 100% da operação da Jasmine, fabricante paranaense de alimentos saudáveis. Com o acordo, cujos termos financeiros não foram revelados, a empresa destaca que está reforçando justamente seu foco em crescimento com lucratividade, ao adicionar produtos com alto potencial de crescimento e valor agregado à sua operação.
Fundada em 1990 e com sede em Campina Grande do Sul, no Paraná, a Jasmine Alimentos tem um portfólio de mais de 140 produtos, em segmentos como biscoitos, cookies, granolas, bebidas, molhos, pães e bolos distribuídos nas categorias de produtos integrais, orgânicos, sem glúten e zero açúcar.
Inaugurada em 2015, na mesma cidade, na região metropolitana de Curitiba, a fábrica da empresa está instalada em uma estrutura de 15 mil metros quadrados. Além do seu canal de e-commerce, a Jasmine tem presença em mais de 26 mil pontos de venda distribuídos em todo o País.
Com essa operação, a companhia tem uma projeção de receita de R$ 221 milhões para 2022, sendo que mais de 50% desse resultado será originado em São Paulo e na região Sul.
Essa não é primeira aquisição feita pela M. Dias Branco com esse racional. Em setembro de 2021, o grupo anunciou a compra da Latinex, dona de um portfólio com mais de 120 itens e de marcas como FIT FOOD, Frontera, Smart e Taste&Co, em uma transação que pode chegar a até R$ 272 milhões.
Na época, a companhia ressaltou que a Latinex reforçava sua presença em alimentação saudável e snacks, além de abrir caminho para a entrada em categorias como temperos, molhos e condimentos.
Conforme apurou o NeoFeed, quem está estruturando o crescimento dessa área de alto valor agregado na operação é a Estáter, butique especializada em investimentos, fusões e aquisições, comandada por Pércio de Souza.
Essa associação indica que a compra da Jasmine não foi uma aquisição pequena. A Estáter tem um histórico de transações como a compra da Ipiranga pelo grupo Ultra, e diversos M&As do Pão de Açúcar, na época de Abilio Diniz, e não se envolve em negócios de menor porte.
Da mesma forma, o NeoFeed apurou que outras aquisições devem vir pela frente dentro dessa estratégia, que é um desejo do próprio CEO e membro da família fundadora e controladora da operação, Francisco Ivens de Sá Dias Branco Júnior.
Essa orientação, que já vinha norteando boa parte dos passos, esforços e investimentos da M. Dias Branco ganha ainda mais fôlego com o cenário atual dos impactos guerra na Ucrânia, pelo fato de reduzir a dependência de produtos commoditizados no portfólio.
Nesse contexto, no primeiro trimestre de 2022, o grupo reportou uma receita líquida de R$ 1,89 bilhão, alta de 26,8% sobre igual período, um ano antes. Fruto de um foco mais recente, a divisão de outras linhas de produtos, que inclui itens saudáveis, apurou uma receita de R$ 48,8 milhões nesse intervalo.
As ações da M. Dias Branco encerraram o pregão desta quinta-feira na B3 com ligeira alta de 0,97%, cotadas a R$ 26. Os papéis da empresa, avaliada em R$ 8,73 bilhões, acumulam uma valorização de 2% em 2022.