A Construtora Cury reportou o melhor resultado de sua história nesta terça-feira, 8 de agosto. As vendas líquidas chegaram a R$ 1,19 bilhão no segundo trimestre de 2023, aumento de 33% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Ebitda no segundo trimestre alcançou R$ 154,2 milhões, 27,3% maior que o do primeiro trimestre e 31% acima do resultado do segundo trimestre do ano passado. A geração de caixa operacional foi de R$ 109 milhões, 36,4% acima do registrado em 2022.
Outros indicadores recordes da construtora foram a receita operacional líquida de R$ 727,7 milhões, um crescimento de 20,7% sobre o mesmo período do ano anterior, e o lucro líquido de R$ 124,1 milhões, alta de 33,6% na mesma base de comparação.
“O fator mais decisivo foi o foco numa geografia bem restrita de operações, em São Paulo e no Rio de Janeiro”, diz Fábio Cury, CEO da construtora, em entrevista exclusiva ao NeoFeed. “Temos um universo tremendo para navegar nessas duas metrópoles, sem precisar se espalhar pelo Brasil para ampliar nossas operações.”
Cury citou o fato de a empresa ser líder de mercado no Rio de Janeiro (9% de participação de mercado) e uma das maiores na capital paulista (com uma fatia de 4,5%).
Nos últimos dois anos, a Construtora Cury cresceu com lançamentos residenciais no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, uma área urbana próxima ao centro da capital fluminense que estava sendo revitalizada para o mercado comercial, mas que não vingou para esse fim.
Outra região explorada foi o bairro da Mooca, em São Paulo, com cerca de 7 mil unidades prontas ou em vias de lançamento.
Com uma carteira de terrenos de R$ 10,1 bilhões em valor geral de venda (VGV) potencial, sendo R$ 7,4 bilhões em São Paulo e R$ 2,7 bilhões no Rio de Janeiro, num total de 40 mil unidades, a Cury fechou o segundo trimestre com estoque (produtos lançados que ainda não foram vendidos) de R$ 1,43 bilhão.
Desse total, 98,3% referem-se a unidades lançadas ou em construção e apenas 1,7% a unidades concluídas. Entre abril e junho, a Cury lançou 8 empreendimentos, sendo 5 localizados em São Paulo e 3 no Rio de Janeiro, totalizando um VGV de R$ 1,22 bilhão, aumento de 15,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As 3.090 unidades produzidas no segundo trimestre representaram uma alta de 18,3% em relação ao mesmo período de 2022. O preço médio de vendas no último trimestre foi de R$ 278,3 mil por unidade habitacional, alta de 16,7% comparado ao mesmo período de 2022.
Mais Minha Casa, Minha Vida
Com atuação em projetos habitacionais voltados para população de baixa e média renda em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Cury atua numa faixa do mercado imobiliário que atende famílias nas faixas 2 e 3 do programa Minha Casa, Minha Vida.
O foco da construtora são famílias com renda mensal de R$ 2.640 a R$ 8.000 ou que pretendem comprar imóvel de médio padrão, com 2 dormitórios e cerca de 40 metros quadrados de área, em média.
O empresário acredita que a Cury vai obter novos recordes no segundo semestre em função das mudanças anunciadas recentemente no programa do governo federal. A construtora pretende aumentar seus empreendimentos visando a faixa mais alta do Minha Casa Minha Vida.
De acordo com Cury, a ampliação do teto do programa, de R$ 264 mil para R$ 350 mil por unidade, vai atender a faixa de mercado em que a incorporadora mais atua.
“Agora cerca de 90% dos nossos produtos estarão enquadrados no Minha Casa, Minha Vida, e isso vai dar um grande impulso para nossos próximos lançamentos”, diz ele.
Cury elogia as mudanças do programa do governo federal, que segundo ele trouxe mais portabilidade para as camadas mais baixas (renda de até R$ 2.640), que estavam esquecidas.
E admite voltar a fazer lançamentos voltados para a faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida. “Temos uma avenida de oportunidades daqui para frente”, diz Cury.
A ação da Cury fechou em alta de 1,89%, aos R$ 17,81, na terça-feira, 8 de agosto. O papel acumula alta de 43,9% no ano e de 110,6% em 12 meses. O valor de mercado da construtora é de R$ 5,2 bilhões.