Como um “caiçara que nunca deixou de ser caiçara”, Eduardo Giestas cultiva até hoje uma das paixões da sua adolescência, vivida em Vitória (ES). Aos 55 anos, o capixava reserva, sempre que possível, um tempo para surfar ao lado dos três filhos.

Boa parte da sua agenda é dedicada, porém, às atribuições como CEO da Atlantica Hospitality International. Uma das principais operadoras de hotéis do País, o grupo atravessou a arrebentação da Covid-19 e, agora, começa a se beneficiar de uma maré mais favorável ao setor, expressa na retomada do turismo doméstico.

Com mais de 170 hotéis e 28 mil quartos sob gestão, a Atlantica prevê fechar 2022 com uma receita recorde superior a R$ 1,7 bilhão. E já projeta novas ondas de crescimento em duas verticais que vão além da hotelaria tradicional: as operações de multipropriedades e de residenciais com serviços.

“Essas são as nossas duas grandes apostas para os próximos cinco anos”, diz Giestas, ao Conexão CEO (vídeo completo acima). “Nesse prazo, esses dois negócios somados vão representar entre um terço e 40% da nossa operação.”

Alvo mais recente da Atlantica – o braço começou a operar oficialmente em setembro, a multipropriedade já é amplamente difundida em mercados como os Estados Unidos, mas só agora começa a ganhar terreno no Brasil.

O conceito envolve a venda fracionada de unidades em empreendimentos – um condomínio, por exemplo – e o compartilhamento do uso e dos custos pelos cotistas. Nesse modelo, sua maior aposta para avançar no segmento de lazer, a Atlantica responde pela gestão e a operação dos projetos lançados por incorporadoras.

Até o momento, a carteira do grupo nessa área inclui empreendimentos nos estados de São Paulo, Pará e Santa Catarina, a partir de contratos assinados com empresas como Next Incorporadora, Urbana Engenharia e HK9 Incorporadora.

Já na Atlantica Residences, braço de residenciais com serviços, o escopo já contratado inclui parcerias com incorporadoras como Even, Riva e Yuni e um pipeline de mais de 8 mil estúdios. O pacote envolve projetos em operação ou em desenvolvimento em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará e Pernambuco.

“Esse produto é um híbrido de hotelaria com um aluguel de curto prazo, no modelo de um Airbnb, mas com serviços de hospitalidade que o Airbnb não provê”, diz Giestas. “Estamos competindo muito mais com proptechs do que com empresas tradicionais de hotelaria.”

No programa, além de dar mais detalhes sobre esses novos negócios, Giestas fala de temas como a expansão orgânica da operação; o investimento em M&As, franquias e conversões de hotéis; o novo programa de fidelidade; e a estratégia digital e os investimentos em tecnologia do grupo.