Um mês depois de apresentar ao mundo a mais nova versão do iPhone, que chega ao número 13, a Apple mostrou nesta quinta-feira, dia 28 de outubro, que o novo modelo terá um grande desafio para superar os resultados que a companhia registrou no ano do iPhone 12.
Em balanço divulgado após o fechamento do mercado, a empresa anotou lucro líquido de US$ 20,6 bilhões no trimestre entre julho e setembro - o quarto e último no ano fiscal da Apple. Em igual período do ano passado, o ganho havia sido de US$ 12,7 bilhões.
Com isso, a companhia terminou o seu ano fiscal com lucro de US$ 94,6 bilhões, o maior da sua história. O resultado supera, com folga, o melhor número até então, de US$ 58,5 bilhões, referente ao ano fiscal de 2018, indicando que a empresa conseguiu navegar bem a crise econômica causada pela pandemia.
O iPhone, é claro, foi quem puxou o avanço. Na reta final do ano fiscal, entre julho e setembro, as receitas com o aparelho cresceram 47% na comparação anual, para US$ 38,8 bilhões, enquanto o faturamento total da empresa no período avançou em ritmo menor, a 29%, para US$ 83,3 bilhões.
Os demais produtos, porém, também foram bem, com um aumento de demanda causado pelo fato de que as pessoas passaram a trabalhar e estudar de casa durante a pandemia, recorrendo mais aos seus laptops pessoais e tablets.
As receitas com o Mac atingiram US$ 9,18 bilhões no trimestre passado, alta de 1,6% em relação a igual período de 2020. As vendas do iPad, por sua vez, saltaram 21,4% na mesma base de comparação, para US$ 8,25 bilhões.
A Apple também se beneficiou por ter sido menos impactada pela escassez global de chips em relação aos concorrentes, em parte por causa das vendas impulsionadas pela inclusão da tecnologia 5G de internet em seus telefones.
A empresa, porém, não passou ilesa. Segundo o CEO da companhia, Tim Cook, a escassez de chips teve um impacto negativo de US$ 6 bilhões para a companhia no trimestre.
“As restrições de fornecimento foram impulsionadas pela escassez de chips em toda a indústria, sobre a qual muito se falou, e interrupções de fabricação relacionadas à Covid-19 no sudeste asiático”, disse Cook à rede americana CNBC.
Para o trimestre em curso, que acaba em dezembro, a Apple espera mais um recorde de vendas, mas também um período ainda mais severo em relação à escassez de chips. "As restrições deverão ser maiores do que US$ 6 bilhões", ele estima.
Nos próximos meses, os investidores também estarão atentos à receita de serviços da empresa. Em setembro, a Apple enfrentou um processo movido pela Epic Games Inc., que questionou a taxa de 30% que a App Store cobra em cima da receita dos desenvolvedores de aplicativos.
Na sentença, o tribunal decidiu que a Apple não poderá mais proibir os programadores de redirecionar os usuários para sistemas de pagamento de terceiros. Os demais pleitos da Epic Games não foram atendidos. As duas empresas ainda recorrem da decisão.
Além disso, os investidores vão acompanhar o desempenho dos anúncios vendidos pela Apple por meio da sua própria e recém-criada rede de publicidade - em busca de quaisquer sinais de que o negócio cresça após medidas para impedir que anunciantes possam rastrear usuários.
Por último, há uma expectativa do mercado sobre as vendas do iPhone 13. Os investidores querem saber se o fascínio dos consumidores pela tecnologia 5G e os novos recursos de câmera vão ajudar a alimentar mais um ano recorde.
A Apple não divulga número de unidades vendidas, mas estimativas de analistas de mercado apontam que as vendas do último ano fiscal atingiram 238 milhões de iPhones. Para este ano fiscal, a expectativa é de 233 milhões de aparelhos.