Principal grupo de relações públicas do País, a FSB começou a executar, em 2018, uma estratégia para ampliar seu leque de atuação, por meio de movimentos de M&A e também de iniciativas orgânicas. Agora, essa segunda frente é responsável por adicionar mais uma peça nessa operação.

O grupo está lançando oficialmente nesta semana a Seta Public Affairs Solutions, nova empresa com foco no segmento de relações institucionais e governamentais. A companhia é fruto de um spin-off da área comandada, até então, por Marcelo Diego, sócio da FSB.

Para tocar a nova operação, a FSB contratou Disraelli Galvão, profissional que traz no currículo uma passagem de vinte anos pela Ambev, empresa na qual ocupou cargos como diretor de relações institucionais e governamentais e diretor de consumo responsável.

“Essa prática nasceu da necessidade dos clientes e foi ficando mais comum, até que percebemos que ela estava madura para um spin-off”, diz Alexandre Loures, sócio da FSB, ao NeoFeed. “Faltava ter um grande nome que pudesse representar isso e a chegada do Disraelli cobre essa demanda.”

Alguns números embasam a decisão. A área em questão tem um faturamento anual de R$ 20 milhões e nasce com 15 clientes, entre eles, a Huawei. Ao mesmo tempo, a Seta tem pela frente a oportunidade de explorar a carteira da FSB, que inclui 300 clientes nos setores público e privado.

No caso da nova operação, a carteira será atendida inicialmente por uma equipe formada por 20 pessoas, entre cientistas políticos, especialistas em análises política e regulatória, jornalistas, estatísticos e profissionais de análise de dados.

Convidado por Loures, com quem trabalhou na Ambev, Galvão ressalta que um dos fatores que pesaram para que aceitasse a proposta foi justamente o fato de a FSB contar com um ecossistema capaz de turbinar a oferta da empresa no segmento.

“A FSB tem hoje um posicionamento que vai muito além do campo de relações públicas e um pacote bastante competitivo de ofertas”, afirma. “A ideia agora é amplificar essa capacidade que já existe no grupo e combinar melhor os produtos para dialogar com o mercado.”

Ele observa que o lançamento da Seta se encaixa em um contexto de mercado no qual uma das principais dores das empresas é a falta de previsibilidade no ambiente regulatório. E que, nesse cenário, cresce a demanda por um diálogo mais transparente, ético e baseado em dados, entre os setores público e privado.

Além das relações institucionais e governamentais, o portfólio da Seta em direção a essas demandas vai reunir produtos e serviços em segmentos como advocacy, ESG, comunicação institucional, marketing digital e gestão e reputação de crise.

Disraelli Galvão, sócio à frente da Seta

Essa abordagem one stop shop também é ressaltada por Loures, que destaca ainda as sinergias com as outras oito empresas que compõem o ecossistema da FSB. Entre elas, Loures e Giusti, também de relações públicas; a aceleradora de negócios F5 Business Growth; a produtora de conteúdo Bússola; e a FSB Pesquisa.

“Muitas empresas no mercado fazem uma parte dessas entregas e, geral, um head de relações institucionais tem que trabalhar com diversas agências”, diz Loures. “Nós vamos desenhar as estratégias e executar todas as pontas e parte dessa entrega vai vir das outras marcas do grupo.”

Um dos exemplos citados por Galvão nessa proposta é a Beon, consultoria em ESG da FSB. “O plano é fazer uma conexão desse tema com as áreas de relações institucionais das empresas, porque elas conversam em todas as frentes do ESG”, afirma. “E a Beon vai nos ajudar muito a integrar essas duas pontas.”

A partir do lançamento, os executivos preferem não fazer projeções de ampliação da equipe da Seta e do quanto a empresa pode vir a representar na operação do grupo, que prevê fechar 2022 com um faturamento de R$ 400 milhões, contra os R$ 307 milhões apurados no ano passado.

“No momento, estamos com uma visão muito mais estrutural e menos comercial”, explica Loures. “O que posso dizer é que apenas hoje, com o lançamento, geramos mais de uma dezena de leads e agora vamos fazer uma rodada para avaliar esses projetos.”

Em paralelo, Loures acrescenta que ainda há espaço para novas peças no quebra-cabeças que está sendo montado pela FSB. Para seguir nessa trajetória, a empresa continuará apostando tanto na evolução de projetos internos como em movimentos inorgânicos.

“Ainda vemos oportunidades, por exemplo, nas áreas de inteligência e de pesquisas, seja por meio de novos spin-offs ou de fusões”, afirma. “Vamos levar à frente iniciativas desse porte à medida que identificarmos oportunidades que estejam suficientemente maduras.”

Uma outra iniciativa orgânica que, segundo o sócio da FSB, caminha para alcançar esse status é o segmento que trabalha com projetos de influencers digitais.

“A vantagem de termos 300 clientes é que o próprio mercado vai dizendo o que ele precisa. Nós somos orientados pelo mercado e não ensimesmados.”