Desde abril de 2021, quando levantou R$ 2,48 bilhões em sua abertura de capital na B3, o Grupo GPS não economizou em M&As. De lá para cá, foram 22 aquisições, que trouxeram R$ 4,8 bilhões em receitas adicionais à empresa de serviços de limpeza, manutenção e segurança.
Nesta quinta-feira 28 de março, a companhia ampliou essa coleção ao anunciar a compra da GRSA, que pertencia ao grupo britânico Compass. O valor da transação não foi revelado, mas um número mostra o tamanho do apetite do GPS para reforçar um setor em seu já vasto portfólio: a alimentação.
Em uma medida do quanto o GPS irá ampliar o seu “bolo” total de receitas e numa comparação com o montante gerado por seus outros M&As, a GRSA reportou uma receita bruta de cerca de R$ 3,3 bilhões no intervalo de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2023.
A GRSA chegou a esse faturamento, que traduz o maior negócio já fechado pelo GPS, a partir de serviços como catering e gestão de restaurantes corporativos, e de uma carteira de aproximadamente 450 clientes no mercado brasileiro.
Em outra base de comparação, o faturamento da GRSA equivale a quase um terço da receita líquida apurada pelo GPS em 2023, de R$ 10,6 bilhões. A cifra representou um crescimento de 15% sobre o resultado apurado em 2022.
O setor de facilities, que engloba alimentação, limpeza, recepção e outros serviços, foi responsável por 40% da receita líquida da empresa em 2023. O restante veio com as operações de segurança (28%), manutenção e serviços industriais (25%), e soluções de logística (7%).
Segundo uma fonte a par da negociação ouvida pelo NeoFeed, o GPS vinha estudando uma forma de ampliar sua presença no setor de alimentação há alguns meses. E a escolha da GRSA cumpre, de longe, esse objetivo, e reforça seus ativos para competir com players como Sodexo e Sapore.
Antes da investida do GPS, a GRSA foi alvo da Compass, primeiro, em 1998. Na época, o grupo britânico comprou 50% da operação. Dez anos depois, adquiriu o restante, que ainda pertencia ao grupo Accor, por R$ 305 milhões.
No caso do GPS, o interesse nesse espaço começou a se traduzir em aquisições dez anos depois e de forma mais comedida, mesmo diante de seu extenso pacote de M&As. Em 2018, o grupo anunciou a compra da LC Restaurantes, empresa de refeições coletivas, em uma transação de valor não revelado.
Já em novembro de 2023, foi a vez da aquisição da Marfood, de serviços de fornecimento de refeições e hotelaria marítima. Os valores movimentados pela companhia só ressaltam, porém, a importância do acordo envolvendo a GRSA.
Quando anunciou a compra da Marfood, o GPS ressaltou que a empresa havia registrado uma receita bruta de aproximadamente R$ 176 milhões nos 12 meses anteriores a setembro de 2023. O mesmo período citado hoje no fato relevante sobre a GRSA.
A julgar pela resposta inicial, o mercado comprou a tese do GPS de reforçar sua presença no setor. Por volta das 10h50 de hoje, as ações da empresa tinham alta de 6,02% na B3, cotadas a R$ 20,62. No ano, os papéis acumulam uma valorização de 9,3%, dando à companhia um valor de mercado de R$ 13,8 bilhões.