A Infracommerce considera realizar um follow on para levantar capital. A nova oferta de ações envolveria a venda de mais 150 milhões de papéis da companhia, que totalizariam uma captação de R$ 277,5 milhões.
A companhia informou ao mercado sobre essa possibilidade em fato relevante divulgado na manhã desta quarta-feira, 6 de setembro. No documento, a Infracommerce informa que “ainda não foi tomada nenhuma decisão final acerca da efetiva realização da Potencial Oferta, ou se ela efetivamente ocorrerá”.
Mas a notícia não repercutiu bem entre os investidores. A ação da Infracommerce registrava queda de 10,3% ao meio-dia, sendo negociada a R$ 1,66. No ano, o papel da empresa acumula perda de 53,4%.
Como parte do potencial follow on, a Infracommerce firmou um acordo que prevê que R$ 60 milhões em ações serão adquiridos por dois fundos de investimento, um do Pátria Investimentos e outro da Moneda Asset Management. A aquisição está condicionada ao preço final da ação na oferta, que não pode ultrapassar R$ 2,00.
De acordo com a empresa, caso o oferta seja concretizada, o volume de recursos será usado para melhorar a estrutura de capital e realizar o pagamento das recentes aquisições. Foram firmados “acordos privados com acionistas vendedores de quatro empresas para a antecipação de valores devidos pela Infracommerce em tais aquisições”.
A Infracommerce informou ainda que descontinuou a divulgação de projeções financeiras (guidance) e que o mercado não deve considerar projeções divulgadas anteriormente “para embasar a decisão de investimento na potencial oferta se, e quando ela ocorrer”.
Em fevereiro deste ano, a Infracommerce havia divulgado um guidance para 2023 com projeções de Ebitda Ajustado entre R$ 150 milhões e R$ 170 milhões e Capex entre R$ 120 milhões e R$ 140 milhões.
A possível nova oferta de ações chega em um momento em que a companhia tenta se recuperar após uma sequência de trimestres com resultados ruins na operação. De abril a junho de 2023, as perdas somaram R$ 52,4 milhões. Em outros números, companhia reportou caixa de R$ 226 milhões e dívida líquida de R$ 422,9 milhões – 68,8% a mais do que um ano antes.
Um dos principais fatores por trás da crise da empresa e que se reflete no balanço da operação desde 2022 foi o impacto da integração e do pagamento de parcelas de seis aquisições realizadas desde o fim de 2020.
Nesse intervalo, outro agravante foi a escalada da taxa de juros e a piora no cenário macroeconômico. A combinação desses elementos fez com que, entre outros pontos, o endividamento da Infracommerce disparasse e, como reflexo, suas ações despencassem no mercado.