Em um movimento inédito, Jamie Dimon está se preparando para vender parte de suas ações do J.P. Morgan, banco no qual é CEO.

Nesta sexta-feira,  27 de outubro, o banco americano informou que o executivo registrou um pedido de venda de 1 milhão de ações das 8,6 milhões que Dimon detém.

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O banco informa que o pedido do executivo que comanda a instituição desde 2005 foi feito “para fins de diversificação financeira e planejamento tributário”.

A venda deve ser feita no início de 2024 e ainda está sujeita a um plano de negociação pré-determinado. No valor atual, o percentual de ações que Dimon pretende negociar vale mais de US$ 140 milhões. Já o valor total de sua participação soma mais de US$ 1,2 bilhão.

A venda de parte de suas ações do J.P. Morgan levanta questões sobre o futuro de Dimon no cargo de CEO do banco americano no longo prazo.

Ao The Wall Street Journal, um porta-voz do J.P. Morgan afirmou que o executivo não tem planos para vender mais ações e negou que este seja um sinal de que Dimon, de 67 anos, esteja cogitando se aposentar.

A expectativa é de que Dimon permaneça no cargo pelo menos por mais algum tempo. Há dois anos o executivo recebeu uma proposta de bônus de 1,5 milhão de ações atrelada a sua permanência até 2026. Caso saia para o serviço público, o prêmio será de US$ 50 milhões.

Dimon é prestigiado pelos acionistas do J.P. Morgan. Ele é o CEO mais bem pago dos grandes bancos. No ano passado, Dimon recebeu US$ 34,5 milhões – a maior parte em ações. Nos últimos 12 anos, sua compensão é de US$ 6,5 milhões a cada ano, o que inclui salário e bônus.

O salário tem se pagado. Sob seu comando, o banco se tornou o maior dos Estados Unidos. Desde que assumiu o cargo, as ações do J.P. Morgan renderam mais de 470%, incluindo dividendos, aos acionistas. O valor de mercado atual do banco é US$ 395 bilhões.

Com a notícia desta sexta-feira, as ações do banco negociadas na bolsa de valores de Nova York negociam em queda de 2,7%.