No último dia 26 de abril, Sergio Fischer, CEO da Log, disse em entrevista ao NeoFeed que a empresa de galpões logísticos controlada pela família Menin iria priorizar a venda de ativos antes de voltar a anunciar investimentos em novas estruturas, de olho na redução da alavancagem da operação.

Três semanas depois, a companhia está executando o que foi prometido. A Log anunciou na noite de terça-feira, 16 de maio, que fechou a venda de dois ativos do seu portfólio, em uma transação avaliada em R$ 165 milhões.

O acordo inclui empreendimentos da companhia em Gravataí (RS) e São José dos Pinhais (PR), e foi fechado com o Golgi Fundo de Investimento Imobiliário, veículo administrado pela MAF Distribuidora de Títulos e Valores Imobiliários, ligada ao Banco Modal, comprado pela XP em janeiro de 2022.

Os dois ativos somam uma área bruta locável (ABL) de 70,5 mil metros quadrados. Pelos termos firmados, 10% do valor total será quitado na celebração do acordo. O contrato envolve ainda uma segunda parcela de 60% no fechamento da transação e os 30% restantes em até 13 meses após esse pagamento.

No dia 5 de maio, a Log já tinha anunciado a venda de três empreendimentos localizados em Fortaleza (CE), Goiânia (GO) e Recife (PE) para um fundo imobiliário do BTG Pactual. Com uma ABL de 183,6 mil metros quadrados, esse acordo foi fechado no valor de R$ 733,6 milhões.

A partir desses dois movimentos, em menos de três semanas, a empresa chegou a um volume de aproximadamente R$ 900 milhões em reciclagem de ativos, como é mais conhecida essa estratégia de desinvestimentos no jargão do setor.

Com o montante realizado em 2023, a Log já concretiza a projeção feita por Fischer na entrevista com o NeoFeed. Na época, o executivo afirmou que o plano era vender algo entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão em 2023.

Antes, entre 2019 e 2022, a empresa gerou um total de R$ 929 milhões com a venda de ativos. No ano passado, o volume nessa frente ficou em R$ 429 milhões.

Na outra ponta dessa estratégia, a Log encerrou o primeiro trimestre de 2023 com alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda de 3,1 vezes, contra 1,8 vez, um ano antes, e 2,1 vezes, no fim de 2022.

As ações da Log fecharam o pregão de hoje cotadas a R$ 18,76, queda de 3,2%. No ano, os papéis da companhia registram uma valorização de 16,3%. A empresa está avaliada em R$ 1,87 bilhão.