Não é de agora que o americano Michael Burry está pessimista com o mercado acionário. No início de fevereiro, o investidor, que ficou bilionário com a crise do mercado imobiliário em 2009, foi curto e grosso em um post no então Twitter, agora X: “venda”. Os seguidores que desconfiaram desse recado têm agora uma segunda chance de entender o que Burry quis dizer.

Na segunda-feira 11, por meio dos registros 13F, um relatório trimestral enviado à Securities and Exchange Commission (SEC) por gestores de investimentos institucionais que administram mais de US$ 100 milhões, mostrou que Burry montou posições vendidas equivalentes a 93% do seu portfólio.

O montante de pouco mais de US$ 1,6 bilhão foi dividido na compra de duas puts - termo usado para uma opção de venda de um determinado ativo na bolsa.

Burry colocou US$ 890 milhões em venda a descoberto do índice S&P 500 e US$ 740 milhões em venda a descoberto de QQQ, um indicador com as 100 maiores empresas não financeiras listadas na Nasdaq.

Antes dessas duas posições vendidas, a maior aposta contra o mercado de Burry, que ficou conhecido ao ser interpretado por Christian Bale no filme “A Grande Aposta”, era de US$ 120 milhões.

Recentemente, o fundador da Scion Asset Management mexeu no seu portfólio e vendeu ações de duas empresas de comércio eletrônico que mantinha na carteira, as chinesas Alibaba e Jingdong, também conhecida como Joybuy.

Além delas, ele se desfez de papéis de bancos e passou a apostar contra o setor financeiro nos últimos meses.

O S&P 500, que encerrou o pregão de quinta, 11, em alta de 0,5%, registra alta de 17,5% no ano. O QQQ subiu 1,1% no dia e em 2023 acumula ganho de 37,9%.