A Meta iniciou na quarta-feira, 19 de abril, mais uma rodada de demissões. Os cortes fazem parte de um plano da companhia que comanda o Facebook e o Instagram para dispensar mais 10 mil funcionários e reduzir custos. No entanto, uma área em especial dentro do negócio não deve sofrer redução. Ao contrário, deve ganhar mais funcionários.
De acordo com o Business Insider, profissionais envolvidos em projetos de games dentro da Meta parecem mais seguros de que manterão seus empregos. Isso porque há dentro da companhia um direcionamento para que mais contratações sejam realizadas para esse setor.
A Meta não comenta sobre o assunto, e em comunicados anteriores informou que diversas áreas da companhia seriam afetadas pelas demissões. Contudo, fontes de dentro da empresa dizem que a companhia parece ter percebido que precisa reforçar sua equipe de desenvolvedores de jogos para competir no mercado.
"Existe um reconhecimento agora de que eles precisam dos verdadeiros desenvolvedores de jogos ao lado", disse uma das pessoas familiarizadas com o assunto ao Business Insider. Esses novos profissionais seriam alocados dentro do Reality Labs, a divisão da Meta que também é responsável pelos projetos da empresa que envolvem metaverso.
Mas isso não significa que Zuckerberg esteja querendo reforçar suas ambições com a realidade virtual – para o alívio de investidores. Nos últimos meses, o executivo tem reduzido o tom para tratar sobre a aposta e internamente tem havido mais esforços em direção ao gaming tradicional.
Dentro da companhia há também quem não compreenda os planos de Zuckerberg. Uma pesquisa realizada com mais de 1 mil funcionários do Facebook mostrou que apenas 58% deles entendiam o que a empresa queria. Entre os que discordavam da estratégia, um dos empregados afirmou que “o metaverso será a nossa morte lenta”, conforme reportado pelo The New York Times.
Essa mudança de foco de Zuckerberg vem não apenas após críticas de investidores da companhia sobre gastos excessivos com investimentos nesta frente do negócio – valor que já chegou a ser de US$ 10 bilhões por ano – ou pela insatisfação interna. Os resultados ruins da Reality Labs também pesaram para que a estratégia fosse reavaliada.
No ano passado, a divisão registrou prejuízo de US$ 13,7 bilhões. As perdas aumentaram 34% em relação ao prejuízo de US$ 10,2 bilhões registrado em 2021. Em relação à empresa como um todo, a Meta viu seu resultado líquido cair 41%, passando de US$ 39,3 bilhões para US$ 23,2 bilhões.
Parte deste prejuízo veio com o gasto em salários, considerado excessivo. Uma reportagem recente do The Washington Post informou que a Meta chegou a fazer uma oferta que superava US$ 1 milhão em compensação financeira para um desenvolvedor especializado em realidade virtual. Para efeito de comparação, Google e Apple têm tetos de US$ 495 mil e US$ 440 mil.
Jogando o jogo
Trazer um reforço para a área de games vem num momento em que a Meta também enfrenta críticas em relação ao que vem fazendo neste sentido. O Horizon Worlds, seu principal jogo (e que explora mais as interações entre os usuários do que propicia uma experiência de jogo tradicional) foi criticado pelos gráficos considerados ruins.
Em fevereiro, a big tech informou que tinha 300 mil usuários mensais nesta frente. Para efeito de comparação, o Facebook conta com 2,9 bilhões de usuários que acessam a rede social ao menos uma vez por mês. No Instagram este número já superou também a marca de 2 bilhões.