Ao longo dos últimos anos, Peter Thiel se tornou conhecido por ser um grande entusiasta do bitcoin. Mas em meio ao inverno cripto, como ficou conhecida a queda de valor desses ativos, Thiel ganhou dinheiro.

Desde março do ano passado, o empresário que fundou o PayPal e a Palantir já quase não tem mais investimentos em cripto. O motivo é simples: antes do preço despencar, Thiel vendeu os ativos e ganhou US$ 1,8 bilhão na transação.

A venda foi realizada em março de 2022 e envolveu os ativos que estavam investidos através do Founders Fund, a empresa de capital de risco do bilionário e que estava investida em bitcoin e outras criptomoedas desde 2014. Na época, o preço do bitcoin era inferior a US$ 1 mil por unidade, bem menor do que os US$ 20,7 mil atuais.

As vendas realizadas por Thiel foram feitas pouco antes do mercado despencar. No fim de março do ano passado, cada bitcoin estava avaliado em cerca de US$ 47 mil por unidade. O valor caiu para US$ 28 mil um mês depois e chegou a US$ 19 mil em junho. Em setembro, o preço de cada criptomoeda caiu para pouco mais de US$ 15 mil.

Apesar da quase liquidação do portfólio de criptomoedas do Founders Fund ter ocorrido a pouco menos de um ano, isso só foi revelado nesta quinta-feira em reportagem do Financial Times. Em abril de 2022, aliás, dias após vender os ativos, Thiel chegou a afirmar durante uma conferência que estava otimista pelo futuro do bitcoin.

“Estamos no fim do regime da moeda fiat”, afirmou o empresário, que ainda disse que o preço do ativo, na época em US$ 44 mil, poderia ser multiplicado por 100 ao longo dos próximos anos.

Essas declarações de Thiel não são novas. O empresário é conhecido por ter criado rusgas relacionadas ao assunto com outros nomes conhecidos do mercado, como Warren Buffett (Berkshire Hathaway), Larry Fink (BlackRock) e Jamie Dimon (J.P. Morgan).

Na mesma conferência em que se mostrou otimista com o futuro das criptomoedas, Thiel também afirmou que Buffett era o "inimigo nº1 do bitcoin" e o chamou de "vovô sociopata de Omaha". Já em relação a Fink e Dimon, Thiel afirmou que esses fazem parte de uma "gerontocracia financeira" que se opõe ao "movimento revolucionário da juventude".

Nesta quinta-feira, Dimon voltou a criticar o bitcoin. Em entrevista para a rede americana CNBC, o CEO do j.p. morgan comparou a criptomoeda a um esquema de pirâmide. “Eu chamo o bitcoin de um esquema Ponzi (operação fraudulenta de investimento do tipo pirâmide) descentralizado”, afirmou.

Procurada pelo Financial Times, a Founders Fund não se pronunciou sobre o assunto.