Na contramão do clima menos favorável na indústria de venture capital, os fundos de corporate venture capital (CVC) vivem um momento de aquecimento no mercado brasileiro. E, agora, a vertente está ganhando um novo combustível a partir da iniciativa de uma gigante do País.

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira, 21 de fevereiro, que iniciou estudos para estruturar um fundo de CVC com o BNDES para apoiar micro, pequenas e médias empresas de base tecnológica e com negócios relacionados a energias renováveis e de baixo carbono.

Em comunicado, a Petrobras ressaltou que o gestor do fundo será escolhido por meio de um edital público. Ao mesmo tempo, a empresa destacou que a estruturação do veículo e os valores a serem aportados no veículo ainda serão submetidos às instâncias internas de aprovação dos dois parceiros.

“A cooperação com o BNDES acelerará os processos de governança e estruturação do CVC, que servirá de alavanca de crescimento para a captura de valor da inovação em energias de baixo carbono, em linha com as nossas estratégias divulgadas para o Plano Estratégico 2024-2028”, afirmou, na nota, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.

Em seu plano estratégico para 2024-2028, que contempla um capex de quase R$ 500 bilhões, a empresa já havia reservado um espaço para iniciativas de CVC. A Petrobrás informou que prevê destinar US$ 100 milhões para essa frente nos próximos cinco anos.

A companhia acrescentou que a parceria com o BNDES integra o acordo de cooperação técnica, assinado em junho de 2023. Com vigência de quatro anos, ele prevê a formação de uma Comissão Mista BNDES-Petrobras, centrada nas áreas de óleo e gás, e em segmentos como pesquisa científica, transição energética e descarbonização, desenvolvimento produtivo e governança.

“O capital de risco é uma ferramenta importante para financiar micro, pequenas e médias empresas inovadoras, e o envolvimento de grandes empresas públicas, como BNDES e Petrobras, é um estímulo fundamental para que tenhamos novos saltos tecnológicos no país”, disse, Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, no comunicado.