O empresário Alberto Leite já foi executivo de operadora de telefonia, já teve uma torrefadora de café, mas é na tecnologia que fez fortuna e mantém seus esforços. Leite é dono da FS Security, uma holding que faturou R$ 1,3 bilhão no ano passado, e tem se dedicado, principalmente, ao tema da cibersegurança com uma das empresas da holding: a Exa.

Na era dos roubos de aparelhos e, sobretudo de dados, a sua companhia focou em segurança para smartphones e acabou chamando a atenção da operadora TIM, que comprou 25% da companhia e tem a opção de chegar a 35% de participação. Leite criou uma tecnologia que protege quem tem o aparelho celular roubado.

“Por exemplo, se você for roubado, uma pessoa de sua confiança pode remotamente bloquear o telefone, localizar, iniciar a gravação por câmera, iniciar gravação por áudio e apagar definitivamente”, diz Leite em entrevista ao programa É Negócio, parceria entre o NeoFeed e a CNN Brasil.

O roubo de dados é uma epidemia mundial, mas, no Brasil, isso tem se agravado cada vez mais. “O Brasil precisa despertar para essa nova fronteira de ameaças, de segurança cibernética”, diz Leite. “Tivemos alguns avanços como a LGPD e o Marco Civil da Internet, mas 70% das empresas nacionais estão no estágio inicial de maturidade. O Brasil está no mesmo nível de maturidade do que a Inglaterra estava em 2017”, diz Leite.

Em tecnologia, esses anos são uma eternidade. E as que mais sofrem são as microempresas. “Mais de 50% das microempresas sofreram algum tipo de ataque. Dessas, 50% não sobreviveram pós ataque. Sequestraram os dados delas, não conseguiram pagar, travou tudo. Após ataque, em um ano, fecham as portas”, afirma Leite.

No caso de pessoas físicas, em 2020, metade da população brasileira teve os dados expostos por conta de vazamento de dados de bancos, operadoras, laboratórios, lojas de varejo e grandes e-commerces. E, segundo Leite, os vazamentos vêm crescendo a uma média de 9% ao ano.

O empresário defende uma política de segurança nacional e que as grandes empresas de tecnologia, que lidam com dados sensíveis de brasileiros, tenham sede no Brasil – caso, por exemplo, do Telegram.

Ele também fala sobre a importância de o Brasil começar a encarar a questão da segurança digital como defesa de infraestrutura crítica. “A China, por exemplo, tem mais de 300 mil soldados digitais”, afirma. A entrevista pode ser acompanhada na íntegra no link abaixo.