Nesta semana, o GPA concluiu a cisão de seus ativos e do grupo colombiano Éxito. Na estratégia, que começou a ser costurada há cerca de um ano, visando destravar o seu valor, a varejista brasileira deixou de ser a controladora da operação e passou a deter uma fatia minoritária de 13% no negócio.
Entretanto, mesmo com esse carrinho “menos cheio” e uma operação mais local, há quem enxergue um pacote de desafios no horizonte da varejista brasileira, especialmente no que diz respeito ao curto prazo. Esse é o caso do BTG Pactual.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira, 25 de agosto, o banco aproveitou essa reorganização na operação e os indicadores reportados no segundo trimestre de 2023 para atualizar as perspectivas para o grupo. E, nessa revisão, rebaixou a recomendação do GPA de compra para neutra.
O BTG também definiu um novo preço-alvo para a ação, de R$ 7, refletindo essa nova estrutura. Esse patamar avalia a operação do GPA em R$ 4 e a fatia agora detida no Éxito em R$3. Em julho, antes do spin-off e com a antiga participação no grupo colombiano, o banco tinha um preço-alvo de R$ 23 para o papel.
À parte desse ajuste na estrutura, os analistas ressaltam que o resultado do segundo trimestre seguiu mostrando uma tendência de consumo ainda fraca para a companhia no mercado brasileiro, apesar de alguns avanços em rentabilidade e na produtividade das lojas. Eles também vislumbram um cenário menos favorável à frente.
“Vemos um ambiente mais desafiador para a empresa expandir a receita e as margens no Brasil, enquanto a alavancagem representa um risco adicional em meio à perspectiva de altas taxas de juros”, escrevem os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima.
Em linha com essa perspectiva, o trio reduziu, em média, as projeções de receita e de Ebitda do GPA nos próximos quatro anos em 2% e 7%, respectivamente. No caso da receita, por exemplo, a estimativa saiu de uma cifra anterior de R$ 21,5 bilhões, em 2024, para R$ 21 bilhões.
Para o Ebitda, também em 2024, a projeção foi revisada de R$ 1,73 bilhão para R$ 1,59 bilhão. Enquanto para a margem Ebitda, o novo índice previsto é de 7,5%, contra 8% anteriormente.
Por volta das 12h44, as ações do GPA estavam entre as principais perdas na B3. Cotado a R$ 6,09, o papel recuava 4,25%, dando à empresa um valor de mercado de R$ 1,6 bilhão.