A história do Softbank e do Alibaba está interligada. No fim dos anos 1990, Masayoshi Son foi um dos primeiros a acreditar em empresas ligadas à internet. Com um cheque de US$ 20 milhões, ele adquiriu participação relevante no e-commerce criado por Jack Ma.

Há três, o Softbank ainda mantinha uma participação aproximadamente 25% do Alibaba, que valia US$ 100 bilhões. Agora, essa parceria de Son e o gigante chinês de comércio eletrônico fundada por Jack Ma está perto do fim.

Na quinta-feira, 13 de abril, foi revelado que o Softbank vendeu quase a totalidade das ações que possuía do Alibaba, informou o jornal britânico Financial Times. O grupo de Son levantou aproximadamente US$ 7,2 bilhões e ficou com uma fatia de apenas 3,8% da empresa chinesa, segundo documentos regulatórios.

O movimento mexeu com o valor das ações das companhias na bolsa de valores, que hoje vale US$ 250 bilhões. Os papéis do Alibaba chegara a cair 5,2% ao longo do pregão em Hong Kong, mas encerraram o dia com queda de cerca de 2%. Em Nova York, o papel fechou em alta de 3% com os investidores entendendo que o movimento aconteceu apenas por problemas do Softbank.

Embora o Alibaba seja um dos ativos mais valiosos do seu portfólio, o Softbank informou ao mercado que ligou o “modo defensivo” da sua carteira.

No ano passado, o Vison Fund, veículo utilizado para investir em startups, registrou grandes perdas e fechou com um prejuízo de US$ 60,4 bilhões. Na apresentação dos resultados, em fevereiro deste ano, o fundador do Softbank pela primeira vez não esteve presente.

Por isso, a companhia de Son tem buscado monetizar suas participações mais relevantes. A recuperação das empresas chinesas de tecnologia, após dois anos de muitas disputas regulatórias com o governo, abriu uma janela para o investidor rebalancear as posições de suas carteiras.

Em 2022, o Softbank já havia reduzido sua participação no Alibaba de 23,7% para 14,6%, registrando um ganho de US$ 34 bilhões.

"Eles deixaram claro que precisam monetizar participações lucrativas", disse Jon Withaar, da Pictet Asset Management, sobre o SoftBank, para a Reuters. "Talvez alguns esperassem que eles pudessem diminuir o ritmo de suas vendas agora que o IPO da Arm está se aproximando. Mas tudo o que eles estão fazendo está dentro do escopo do que disseram ao mercado."

O Softbank está em busca de uma janela de oportunidade para realizar o IPO da Arm, uma empresa britânica de chips. A operação tem potencial de gerar US$ 8 bilhões para a companhia de Son.