Em agosto de 2018, a Apple se tornou a primeira empresa a atingir a, naquela época, extraordinária cifra de US$ 1 trilhão de valor de mercado. Desde, isso se tornou mais comum entre as companhias públicas (a Nvida, por exemplo, já chegou ao patamar de US$ 5 trilhões).
Mas, até agora, nenhuma empresa privada conseguiu chegar ao valor de US$ 1 trilhão. A corrida está aberta. E uma delas pode se aproximar dessa marca histórica. A SpaceX, de Elon Musk, está abrindo uma nova rodada de conversas com investidores para a venda de um novo pedaço da companhia dando a ela uma avaliação potencial de US$ 800 bilhões.
A informação foi tornada pública pelo jornal The Wall Street Journal, que afirma que o CFO da empresa, Bret Johnsen, abriu a informação a outros investidores recentemente. A empresa não confirmou oficialmente a informação. A operação em discussão seria secundária, e não uma captação primária de recursos para o caixa da empresa.
Se o valuation se confirmar, a companhia fundada por Elon Musk dobraria o seu valor de mercado atual, em U$ 400 bilhões, precificado na sua última captação no meio deste ano. Na ocasião, Musk, o homem mais rico do mundo, teria engordado a sua fortuna em US$ 20 bilhões, sendo o seu patrimônio estimado em US$ 400 bilhões.
Com a transação, a Space X ultrapassaria a OpenAI, avaliada em US$ 500 bilhões em outubro, como a empresa mais valiosa do mundo. E chegaria a um valor de mercado nunca antes atingido por uma empresa privada, sendo um símbolo do que é o novo mercado privado americano e também do desejo por ativos espaciais.
A SpaceX, sediada no Texas, tem uma posição dominante no lançamento de foguetes, conduzindo missões para companhias comerciais de satélites e para agências governamentais como a NASA.
Ela também lança com frequência seus próprios satélites em órbita baixa da Terra. E na avaliação de investidores, são esses negócios de satélites da empresa que são os principais responsáveis por seu alto valor de mercado.
Ela tem cerca de 9.000 satélites no espaço em sua divisão de internet via satélite Starlink, que oferece conexões de alta velocidade para clientes residenciais e para empresas como companhias aéreas.
Em novembro, a Starlink afirmou ter mais de oito milhões de clientes ativos no mundo. No Brasil, a empresa é conhecida por operar sozinha em regiões remotas, como partes da Amazônia.
A empresa também trabalha para construir um negócio de conectividade via satélite diretamente para os celulares dos consumidores e, recentemente, concordou em adquirir blocos de espectro da operadora de satélites EchoStar para apoiar esses esforços.
Para comprar o espectro da EchoStar, ela comprometeu mais de US$ 20 bilhões em desembolsos e compromissos, incluindo dinheiro, ações e compromissos de dívida.
A SpaceX também está investindo na Starship, um foguete gigantesco que está desenvolvendo para uma série de missões, incluindo um pouso de astronautas da NASA na Lua.