Com a proximidade do fim do ano, muitas empresas começam a se preparar para virar a página e, ao mesmo tempo, aprovar seus planos e projeções de orçamentos para 2024. Um dos nomes que estão engrossando essa agenda é a Suzano.

Em fato relevante divulgado na manhã desta sexta-feira, 1º de dezembro, a companhia brasileira de papel e celulose informou que seu Conselho de Administração aprovou a estimativa de um investimento (capex) de R$ 14,6 bilhões para 2024.

Ao mesmo tempo, a companhia observou que está mantendo sua projeção inicial de investimento de R$ 18,5 bilhões para esse ano. E ressaltou que a redução do valor total previsto para 2024 encontra sua principal justificativa no menor dispêndio referente ao Projeto Cerrado.

Com previsão de início de operação até junho de 2024, em Ribas do Rio Pardo (MS), e um investimento total de R$ 22,2 bilhões, a fábrica de celulose em questão é uma das frentes de maior peso no horizonte da Suzano. E, apesar de explicar a queda no capex, responderá pela segunda maior parcela no ano, de R$ 4,6 bilhões.

A empresa acrescentou que o Projeto Cerrado irá demandar um investimento residual de R$ 500 milhões em 2024. Para 2024, o maior desembolso será destinado à frente de manutenção, com um valor projetado de R$ 7,7 bilhões.

Segundo a Suzano, o aumento nessa linha em relação aos R$ 6,4 bilhões de 2023 está ligada justamente à entrada em operação da unidade em Ribas do Rio Pardo. A conta inclui ainda a previsão de maiores gastos florestais associados a arrendamentos, manutenção de estradas e silvicultura.

Já na frente de terras e florestas, a estimativa é de um aporte de R$ 1,4 bilhão, contra R$ 2,4 bilhões em 2023. A redução nessa cifra se deve à ausência dos recursos destinados à aquisição da Parkia, concluída nesse ano. Por outro lado, o grupo prevê novos investimentos para ampliar sua base florestal.

No que diz respeito ao capex de R$ 900 milhões em projetos de expansão e modernização, a Suzano ressaltou que o valor está ligado a investimentos anunciados pela empresa no fim de outubro, com um valor total de R$ 1,66 bilhão.

Na época, a companhia detalhou que R$ 1,17 bilhão desse total teria como destino a cidade de Aracruz (ES) e seria dividida em duas parcelas. A primeira, na construção de uma fábrica de papéis sanitários (tissue) e de conversão em papel higiênico e papel toalha, com previsão de início de operação no primeiro trimestre de 2026 e um investimento, a princípio, de R$ 650 milhões.

Um segundo projeto vai passar pela construção de uma nova caldeira de biomassa na fábrica de celulose já em operação no município. Nessa iniciativa, com previsão de entrada de operação em 2025, o capex projetado é de R$ 520 milhões.

No fato relevante, a Suzano ressaltou que o valor de R$ 1,4 bilhão para expansão e modernização não contempla o efeito da monetização de créditos de ICMS no estado do Espírito Santo, cujo montante estimado para 2024 é de cerca de R$ 140 milhões.

Apesar da projeção de capex para o próximo ano traduzir uma redução na comparação com os recursos aportados em 2023, a estimativa da Suzano veio bem acima de outro grande player do setor, a Klabin, que também divulgou suas estimativas para o próximo exercício nesta semana.

Durante o seu evento para investidores, realizado na quinta-feira, 30 de novembro, a Klabin informou que pretende investir R$ 4,5 bilhões em 2024, com a maior fatia desse plano, de R$ 1,3 bilhão, reservada para a continuidade operacional. Em outra frente, R$ 1,1 bilhão será aplicado na “compra de madeira em pé”.

Do valor adicional previsto, R$ 800 milhões devem ser aplicados em silvicultura; R$ 700 milhões em projetos especiais; R$ 300 milhões para uma nova caldeira em Monte Alegre (PR); e R$ 300 milhões no projeto Puma 2, no Paraná, iniciativa que configura o maior projeto de expansão da companhia, com um investimento total próximo de R$ 13 bilhões.

No evento, Cristiano Teixeira, CEO da Klabin, classificou o ano de 2024 como o fechamento de um ciclo que foi iniciado entre 2017 e 2018. E que resultou em dados como a expansão em 110 mil hectares de florestas, além de projetos do porte de Puma 2.

As units da Klabin encerraram o pregão de ontem na B3 em queda de 3,67%, cotadas a R$ 22,57, dando à empresa um valor de mercado de R$ 128,6 bilhões. Já as ações da Suzano fecharam o dia com baixa de 0,87%, a R$ 53,78. A companhia está avaliada em R$ 69,3 bilhões.