Com um aporte total para sair do papel estimado em R$ 19,3 bilhões, o Projeto Cerrado é uma das iniciativas de maior peso da Suzano para os próximos anos. Localizada em Ribas do Rio Pardo (MS), a fábrica de celulose deve entrar em operação no segundo semestre de 2024, com uma capacidade de 2,5 milhões de toneladas por ano.

Como parte dessa relevância, o projeto também será o destino de uma boa parcela dos recursos projetados pelo grupo para 2023. É o que mostra um fato relevante divulgado no início da noite desta quinta-feira, 1º de dezembro, pela companhia.

No documento, a Suzano informa que seu Conselho de Administração aprovou a estimativa de Capex para 2023 no valor total de R$ 18,5 bilhões. Para esse ano, a empresa manteve o guidance de um dispêndio de R$ 16,1 bilhões, conforme havia divulgado em julho.

“A elevação em relação a 2022 decorre, em grande parte, do maior investimento no Projeto Cerrado, considerando investimentos industriais, florestais, infraestrutura e logística”, ressaltou a companhia.

Na divisão do Capex previsto para o período, a Suzano prevê um desembolso da ordem de R$ 8,9 bilhões na nova fábrica, ou 48,1% do montante total estimado. Em 2022, o guidance aponta a soma de R$ 8,8 bilhões reservada a unidade.

Outra parcela significativa, de R$ 6,4 bilhões, envolve a linha de manutenção, contra os R$ 5,5 bilhões projetados nessa frente em 2022. De acordo com a Suzano, o aumento se justifica por fatores como o efeito da inflação, especialmente em frentes como compra de madeira, silvicultura e arrendamento.

A empresa citou ainda a maior intensidade de projetos e serviços em suas plantas, dado o maior volume de paradas gerais programas para manutenção no período.

O montante envolve ainda R$ 2,4 bilhões em terras e florestas, o que inclui a segunda parcela referente à aquisição da Parkia, concluída em junho desse ano. Os investimentos em expansão e modernização, na casa de R$ 800 milhões, completam o pacote, com destaque para o projeto de eficiência energética na fábrica de Jacareí (SP).

As ações da Suzano encerram o pregão dessa quinta-feira na B3 com ligeira alta de 0,04%. Em 2022, os papéis da companhia, avaliada em R$ 69,6 bilhões, acumulam uma desvalorização de 9,4%.