A verdadeira batalha entre Elon Musk e Mark Zuckerberg não vai acontecer em um ringue em Las Vegas, onde os dois bilionários devem trocar socos e pontapés em um espetáculo midiático. A disputa mais importante já começou e está relacionada às redes sociais Threads e Twitter. Com o lançamento de uma nova plataforma de microblog, Zuckerberg acertou o primeiro golpe em Musk.

Em menos de 24 horas de seu lançamento, o Threads já conta com mais de 30 milhões de usuários cadastrados. O Twitter não revela quantos usuários possui atualmente. Segundo a consultoria Statista, a rede social contava com cerca de 368,4 milhões de usuários no fim do ano passado.

A disputa entre os dois bilionários se tornou tão intensa em relação às redes sociais que, pela primeira vez em 11 anos, Zuckerberg fez uma postagem no Twitter. O bilionário da Meta publicou um meme com a imagem de dois personagens vestidos de Homem-Aranha apontando um para o outro (veja abaixo).

Cerca de uma hora depois da postagem de Zuckerberg, Musk fez uma publicação no Twitter remetendo a um e-mail vazado que o empresário enviou em 2018 no qual ele dizia que deletado sua conta no Instagram. Na mensagem publicada junto com a foto, Musk escreveu que "é infinitamente preferível ser atacado por estranhos no Twitter do que se entregar à falsa felicidade de esconder a dor no Instagram".

Ainda que a atenção para a disputa entre Musk e Zuckerberg tenha vindo de forma mais recente, a Meta já estava trabalhando em um rival para o Twitter há algum tempo. Em entrevista ao The Verge, Adam Mosseri, CEO do Instagram, afirmou que a companhia considerou tornar o Threads uma parte da rede social de fotos e vídeos. A decisão final, porém, foi a de criar um aplicativo próprio.

Ainda que sejam semelhantes, as duas redes sociais contam com algumas diferenças. O Threads permite postagens com até 500 caracteres e vídeos com 5 minutos de duração. O Twitter, por sua vez, limita os textos a 280 caracteres e vídeos com 2 minutos e 20 segundos (para contas gratuitas). Outra diferença é que o Twitter conta com hashtags e permite o envio de mensagens entre os usuários, algo impossível no Threads.

Mosseri também afirmou que esta é uma aposta de "alto risco" da Meta. "Nem tudo o que fazemos assim vai funcionar, mas devemos sempre fazer algumas apostas de alto risco como esta, se quisermos realmente evoluir tão rápido quanto acho que precisamos como empresa", disse.

Certo é que o lançamento do Threads vem em um momento de caos no Twitter. Nos últimos dias, a companhia lançou um recurso para limitar a leitura de postagens da rede social pelos usuários para “evitar manipulações”. Seria possível ler  300, 600 ou 6 mil publicações por dia, dependendo do tipo de sua conta na plataforma. Os limites aumentam para 500, 1 mil e 10 mil dias depois com as reclamações dos usuários.

O mercado reagiu de forma tímida ao Threads. As ações da Meta subiram 3,3% nos últimos cinco dias e estão com preço estável na quinta-feira, 6 de julho. Com isso, a Meta está avaliada em US$ 734,5 bilhões. O Twitter, por sua vez, não tem mais ações listadas em bolsa desde que foi adquirido por Elon Musk por US$ 44 bilhões.

Enquanto Twitter e Threads vão brigar no ringue principal das redes sociais de microblog, outras plataformas tentam correr por fora nesta disputa. Nos últimos meses, redes sociais como a Mastodon e a Bluesky (essa investida por Jack Dorsey, cofundador do Twitter) também se tornaram opções para os usuários. Ambas, porém, ainda não estão no mesmo páreo do aplicativo do passarinho azul.