Logo após a divulgação dos resultados do segundo trimestre, a Via encaminhou à sua base de acionistas a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE).

O tópico mais importante, que será votado no dia 1º de setembro, é a possibilidade de um aumento do capital social da rede varejista, para até 3 bilhões de ações ordinárias. Atualmente, a Via tem cerca de 1,7 bilhão de papéis em circulação.

O processo é semelhante ao que foi realizado em 2020. Naquele ano, os acionistas da Via também aprovaram em AGE a emissão de 297 milhões de ações ordinárias. Após o cumprimento do rito, a Via realizou um aumento de capital social de R$ 4,5 bilhões.

Conseguir a aprovação da base de acionistas é o primeiro passo para a decisão do Conselho e do management da companhia, seja a emissão de uma dívida com garantia em ações ou mesmo um follow on.

“Essa autorização é um mecanismo que as empresas fazem quando vão fazer um aumento de capital”, diz um gestor que acompanha a empresa.

No mesmo dia, os acionistas terão de aprovar a possibilidade de uma nova mudança de nome da companhia. Em 2020, a empresa já tinha transformado a Via Varejo em Via.

O mercado estranhou essa movimentação do Conselho da Via e passou a especular quais serão os próximos passos. A volatilidade da ação é um indício dessas preocupações.

Desde que a convocação chegou para os acionistas, após o fechamento de mercado na sexta-feira, 11 de agosto, a ação da Via está em queda.

Na segunda-feira, 14 de agosto, o papel caiu 7,03% e fechou em R$ 1,72. Hoje, até 15h45, o recuo era de pouco mais de 4%, a R$ 1,65. O valor de mercado da Via é de R$ 1,6 bilhão.

Procurada pelo NeoFeed, a Via informou que não iria se manifestar sobre a AGE.

Um balanço bem recebido

No dia seguinte à divulgação de resultados da Via, a ação da companhia chegou a subir 1,1%. O balanço agradou os analistas, assim como os planos da empresa.

Renato Franklin, CEO da Via, contou ao NeoFeed que a ideia é focar onde a companhia ganha dinheiro. “Estamos apresentando um plano de transformação que muda completamente a meta e o mindset das pessoas”, disse ele.

A Via, por exemplo, vai reduzir de R$ 1 bilhão por ano para R$ 600 milhões o capital para investimentos. A ideia é investir em categorias que geram recorrência, como o crediário, a antecipação de dinheiro para fornecedores, e o aumento de força em linhas branca e marrom, e em móveis.

Outra mudança é que 23 categorias como bebidas, fraldas e materiais de higiene passarão a ser vendidos via sellers do marketplace, o que vai desafogar o estoque da empresa.

A gestão também está reestruturando a dívida total de R$ 10,4 bilhões. Desse total, 66% da dívida convencional (R$ 3,6 bilhões) têm vencimento a partir de 2025.