Brasília - O primeiro teste de fogo de Gleisi Hoffmann, que toma posse como nova ministra de Relações Institucionais (SRI) na segunda-feira, 10 de março, será a votação do orçamento.
Em entrevista ao NeoFeed, o presidente da Comissão Mista do Orçamento, deputado Julio Arcoverde (PP-PI), disse que tem negociado até aqui com a equipe do atual chefe da SRI, Alexandre Padilha, e afirma que está confiante na aprovação do texto entre os dias 18 e 19 de março.
“Até onde eu sei, a equipe de Padilha permanece na SRI. Ainda não conversei com Gleisi e espero que os acordos sejam mantidos”, diz Arcoverde, que acredita que não há risco de não aprovação do texto.
O otimismo do congressista não se reflete nos ministérios mais voltados para a área econômica. Mesmo com a aprovação dada como certa depois da homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da rastreabilidade das emendas parlamentares, integrantes da cúpula do governo temem o atraso na votação do orçamento, o que poderia causar o “caos”.
É a terceira vez em 20 anos que o orçamento não é aprovado dentro do prazo legal, encerrado em dezembro. Os parlamentares têm até o dia 25 de março, pois a partir daquela data toda a comissão mista do orçamento deve ser renovada, incluindo presidente e relator.
“É uma outra negociação, com novos nomes e atores, algo completamente novo, resumindo será um caos”, disse um integrante da cúpula do governo. A preocupação, apesar de mínima, existe e é monitorada.
Sem votação do orçamento, o governo só pode gastar 1/12 do orçamento do ano anterior, o que inviabiliza gastos de pessoal e de investimentos.
Como as negociações ainda estão sendo feitas com a equipe de Padilha, que assume o Ministério da Saúde também em 10 de março, a expectativa é que até a votação do orçamento ocorra uma transição sem afetar os acordos, tanto em relação a emendas individuais como de comissão.