Corporate venture builder do grupo FCJ, a Capri Venture tem o segmento pet como o pilar dos projetos sob o seu guarda-chuva. E agora está intensificando sua aposta nesse mercado ao anunciar o lançamento de uma linha de investimento para startups do setor.
Batizada de Pet Angels, a iniciativa está sendo lançada semana. A ideia é conectar as pet techs que já estão sendo aceleradas pela Capri com investidores-anjo interessados no setor. Os aportes, feitos em rodadas pré-seed, devem girar em torno de R$ 400 mil.
Com cerca de 40 investidores que fazem parte deste grupo, a Pet Angels se encaixa na estratégia da Capri de oferecer uma segunda opção de captação de recursos para as startups que estão sendo construídas dentro da venture builder. Já utilizada por algumas dessas empresas, a primeira alternativa é a captação via crowdfunding, por meio da plataforma FCJ Invest.
Criada em março deste ano, a Capri tem seis empresas em seu portfólio e espera fechar o ano com 10 companhias, que vão desde fabricantes de alimentos até startups que auxiliam com serviços de festas para cachorros.
“Estamos buscando também uma empresa que atue com biotecnologia animal”, diz Alaíde Barbosa, CEO da Capri Venture, ao NeoFeed. No radar, estão empresas brasileiras e estrangeiras. A meta é ter 30 empresas na carteira até 2024.
No modelo de negócios da venture builder, a Capri fica com 6% da participação das startups que entram em seu ecossistema. Em troca, auxilia na construção das empresas operacionalizando áreas de marketing, RH, jurídico e ajudando no contato com investidores. A previsão é fazer as saídas na série B, mas isso não está escrito em pedra, já que alguns negócios podem ter como destino operações de M&A.
A saída por uma fusão ou aquisição parece mais provável em um momento em que as pet techs ainda engatinham no Brasil. Há casos como a Zee.Dog, que fabrica coleiras, guias e outros acessórios para animais de estimação, e a Nofaro, de plano de saúde veterinária, que foram adquiridas por Petz e Petlove, respectivamente.
Uma das empresas que fazem parte do portfólio é a Pet in Time, dona de um aplicativo que ajuda empresas do segmento pet (como petshops, dog walkers, pet sitters, etc) a oferecerem descontos em horários em que há pouca frequência de clientes. Criada em Santos e com operações também em São Paulo e outras cidades da região metropolitana paulista, a startup tem cerca de 15 mil clientes e 500 empresas cadastradas.
O negócio, que tem entre seus fundadores o ator Paulinho Vilhena, buscou a Capri para auxiliar na expansão da operação. Em breve, a startup deve desembarcar em estados como Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. O fôlego financeiro para levar à frente esse plano vem de uma rodada de crowdfunding que está sendo feita com o auxílio da Capri e na qual a companhia pretende captar pouco mais de R$ 500 mil.
“A gente percebeu que havia determinados horários em que o movimento era menor. Se a gente fizesse uma proposta para que aquele horário fosse ocupado e o tutor tivesse um desconto, as duas pontas iriam ganhar”, diz Vilhena. “O mercado pet é um gigante e está em uma notória curva ascendente.”
Outra startup que faz parte desse portfólio é a Lilu, que tem um aplicativo que conecta donos de pets com profissionais que realizam serviços como banho, tosa, adestramento, pet sitter, entre outros, em domicílio. “A ideia é facilitar a vida do tutor ao digitalizar o mercado pet”, diz Aline Lefol, fundadora e CEO da empresa. “O mercado pet ainda tem um nível baixo de tecnologia.”
O caso da Lilu foge um pouco à regra das startups buscadas pela Capri, porque a startup já havia captado investimentos com investidores como Thiago Nigro, mais conhecido como Primo Rico, que investiu R$ 600 mil no negócio em 2021. A relação com a Capri começou em setembro deste ano, para auxiliar a companhia na captação de uma nova rodada já nos próximos meses. O valor pretendido agora é de R$ 2 milhões.