Duas semanas após receber autorização do Banco Central para atuar como uma registradora de duplicatas, a SPC Grafeno escolheu o executivo que vai comandar a companhia. Magno Lima, que durante mais de 10 anos trabalhou na SPC Brasil, assume o cargo de CEO na joint venture firmada em conjunto com a Grafeno.
Formado em ciências da computação e com especialização em ciência de dados, inteligência artificial, machine learning, além de gestão estratégica e econômica, o executivo vai substituir Roque Pellizzaro Jr., que passa a ocupar a cadeira de presidente do conselho de administração da companhia.
Criada em 2019, a SPC Grafeno, que é classificada como uma Infraestrutura do Mercado Financeiro (IMF), entrou com um pedido no Banco Central ainda naquele ano. Quatro anos depois, a companhia recebeu autorização do órgão para trabalhar com o registro de duplicatas, cédulas de crédito bancário (CCB) e notas promissórias.
“Queremos ter 30% do mercado de duplicatas nos próximos três anos”, diz Lima em entrevista ao NeoFeed. No curto prazo, a SPC Grafeno estima que poderá registrar cerca de 1 milhão de duplicatas em operação e movimentar R$ 4 bilhões em valor transacionado.
Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apontam que no ano passado esse mercado registrou R$ 1,2 trilhão em crédito concedido lastreado por duplicatas. Considerando todo o setor de recebíveis, são cerca de R$ 13 trilhões transacionados anualmente.
Com o registro, a SPC Grafeno passa a entrar em um grupo seletivo de empresas que faz o registro de duplicatas. Além da B3 e da Central de Registros de Direitos Creditórios (CRDC), as empresas Nuclea e Cerc também atuam neste ramo.
No novo cargo, Lima irá tirar do papel alguns planos de crescimento que estavam engavetados na companhia na espera das aprovações do BC. “Vamos entregar produtos que complementem a jornada de crédito, fornecendo mais inteligência de dados para o negócio”, afirma o novo CEO.
Ainda não há uma estimativa de quanto a joint venture vai representar dos negócios da Grafeno. Além da joint venture com o SPC Brasil, a Grafeno, que foi criada pela Galapagos Capital, concentra outras empresas debaixo de sua holding.
No ano passado, a startup que opera como uma plataforma digital para o mercado de crédito transacionou R$ 180 bilhões, quase quatro vezes mais do que em 2021. Ao todo são mais de 8 mil clientes.
O carro-chefe é a Grafeno Pagamentos, que opera com fundos de crédito, fintechs e grandes empresas para facilitar a gestão de recebíveis e garantias, e com empresas de médio porte, para auxiliar no processo de captação de crédito para lidar com a falta de capital de giro. Nesta vertical, fintechs como Money Money Invest e Cora são algumas das concorrentes.
A SPC Brasil, por sua vez, atua com análise de dados de crédito e tem um banco de dados com informações creditícias de pessoas físicas e jurídicas da América Latina. A empresa auxilia na análise de crédito, em processos de cobrança e recuperação, além de oferecer serviços de consulta de CPFs e CNPJs e de certificação digital.