Depois de hype em torno do metaverso, quem ainda acredita na tecnologia? Ao que tudo indica, a Indicator Capital está entre os "believers" e acaba de investir na Anitya, desenvolvedora de softwares low code utilizados para criar experiências virtuais imersivas em realidade aumentada. Em outras palavras, metaversos.

O aporte, de US$ 2 milhões, foi o primeiro recebido pela Anitya, fundada em 2021. “O investimento acontece no momento em que a gente pretende criar uma infraestrutura mais sólida”, diz Pedro Jardim, CEO e cofundador da Anitya ao lado do argentino Ariel Manzur e do alemão Arne Leichsenring. “Queremos abaixar a barreira de entrada para empresas que querem criar mundos virtuais e 'gamificar' experiências.”

Em seu modelo de negócio, a Anitya cobra uma assinatura anual das empresas pelos mundos virtuais que ajuda a desenvolver junto às plataformas. O negócio ainda está no começo e os principais clientes atendidos foram Siemens, Grupo Boticário e Senac.

No caso do Senac, a startup forneceu um software para a instituição de ensino ajudar os alunos a tirarem dúvidas sobre carreiras. Os estudantes realizavam uma espécie de teste vocacional com o uso de um dispositivo VR.

O diferencial da Anitya é fazer a criação dos ambientes virtuais utilizando plataformas de desenvolvimento de baixo código (low code), que usam um número reduzido de códigos. Isso agiliza a criação desses mundos virtuais.

De acordo com a consultoria indiana Markets and Markets, o mercado de desenvolvimento low code deve crescer em média 28% ao ano até 2025, quando deverá movimentar US$ 45,1 bilhões ao redor do mundo. Em 2020, este tipo de desenvolvimento movimentou US$ 13,2 bilhões.

Anitya não é a única empresa brasileira que está apostando no low code a chamar a atenção de investidores. Startups como Jestor e Abstra, por exemplo, já levantaram capital junto a gestoras como Canary, Y Combinator e Iporanga Ventures.

Anitya permite que empresas criem mundos virtuais de forma mais fácil

Do lado da Indicator Capital, este é o oitavo aporte feito com o segundo fundo da gestora, de R$ 333 milhõe, levantado em maio de 2021. Em sua tese de investimento, a gestora fundada pelos irmãos Derek e Thomas Bittar e por Fabio Iunis de Paula aposta em startups early stage especializadas em deep tech. O valor máximo do cheque é de US$ 5 milhões.

“É um fundo voltado para internet das coisas, mas que fica dentro do guarda-chuva de deep tech”, diz Derek Bittar em entrevista ao NeoFeed. “O scouting para encontrar projetos deste tipo é mais trabalhoso.”

De acordo com o gestor, a Indicator já mapeou mais de 800 startups que trabalham com projetos de internet das coisas. O foco está no Brasil, mas a gestora também olha para mercados no exterior, como Israel, Estados Unidos e Alemanha.

De acordo com Bittar, o veículo tem ainda em R$ 200 milhões para serem investidos. O plano é investir entre 15 e 20 startups ao longo dos próximos três anos. Em seu primeiro veículo de investimento, lançado em 2016, a Indicator fez 13 aportes.