Após um ano em que a renda fixa reinou nos portfólios, 2026 será um período de inflexão. Essa é a visão de Marcio Verri, CEO da Kinea Investimentos, que enxerga uma gradual queda na taxa de juros e a volta do apetite ao risco dos investidores.

Para ele, o PIB do segundo semestre desse ano será baixo, abrindo a possibilidade de corte de juros já no início do ano que vem. Esse movimento tende a “reabrir o apetite” por risco e dar tração às teses mais sensíveis ao ciclo.

“Teremos bastante oportunidade de investimento no ano que vem. Estamos vendo um cenário de bolsas externas muito saudável. Então, os índices brasileiros, que ficaram para trás, tendem a subir. Teremos outro cenário para investimentos”, disse Verri durante o NeoConference 2025, evento do NeoFeed.

Isso significa oportunidade para outras classes de fundos que não só a renda fixa. Entre os multimercados, ele vê a reabertura do fluxo começando pelos de menor volatilidade, para depois, com uma performance melhor, conseguirem crescer os que tomam mais riscos. Verri vê os fundos de ações, que, mesmo em um momento atrativo, como os últimos a conseguir fluxo dos investidores.

Os ares mais positivos independem do cenário eleitoral, que, ao que tudo indica, terá uma disputa acirrada, porque estão ligados à questão estrutural que será endereçada, qualquer que seja o governo: a trajetória explosiva da dívida pública.

“A grande vantagem é que o mundo também piorou. Em outros tempos, com essa dívida, a gente com certeza estaria vendo o dólar em níveis estratosféricos. Então, relativamente, o Brasil não está tão pior" afirmou o CEO da Kinea.

"Mas claramente o mercado espera que isso seja algo temporário e a partir da próxima eleição a gente consiga ter um controle maior da dívida pública”, complementou.