A Flash faz parte de uma série de empresas que tenta mudar algum modelo que já está consolidado no mercado. No caso da startup comandada por Ricardo Salem e que já levantou mais de R$ 600 milhões junto a investidores privados, o foco estava no setor de benefícios.

Para conquistar espaço em meio a gigantes como Sodexo, Alelo e VR, a Flash precisou passar por alguns desafios ao longo de sua jornada. Um deles foi ajustar o modelo de negócio para que a operação fizesse sentido. “A Flash começou com a ideia de fazer um vale-comida por QR Code”, diz Salem, cofundador e CEO da Flash, ao Vida de Startup, do NeoFeed.

Com o tempo, o empresário ajustou a operação para que a Flash conquistasse um espaço no mercado de benefícios flexíveis. O principal desafio era mudar o mercado de forma legal. “Os primeiros advogados falavam que a gente não poderia operar em arranjo aberto”, afirma Salem.

Ao longo do tempo o receio de fazer algo ilegal passou, mas foi substituído pela pressão de competidores que enxergavam nas novas empresas do setor de benefícios uma ameaça aos seus negócios. “A primeira tática dos concorrentes era colocar medo no cliente”, diz Salem.

De acordo com o executivo, as empresas que estavam em negociações com a Flash ouviam de rivais do setor que a empresa operava na ilegalidade e que a contratação poderia gerar problemas. “Quatro players tinham 95% do mercado há 30 anos”, recorda Salem. “Hoje, esse percentual ainda está em 80% ou 85%.”

Salem comentou ainda sobre os desafios da Flash para o próximo ano. Em 2023, a companhia unificou a plataforma para atender as três verticais do negócio: cartão de benefício, gestão de despesas corporativas e SaaS para o setor de RH.

“A Flash deixa de ser uma empresa de benefícios para ser uma companhia voltada para a gestão da jornada de trabalho”, afirma. “O ano de 2024 promete uma consolidação da companhia nesta jornada mais ampla.”