Presente em 11 países e com mais de 15 mil clientes corporativos, o Gympass é hoje uma das principais plataformas de saúde e bem-estar para acesso a uma rede de diferentes academias e estúdios. Nem sempre, porém, a relação da plataforma com esses estabelecimentos foi tranquila.
Antes da companhia firmar uma parceria que pudesse ser proveitosa para as academias e para a própria plataforma, a empresa fundada em 2012 por Cesar Carvalho, João Barbosa e Vinicius Ferriani precisou mudar sua forma de operar por mais de uma vez para que a empresa não quebrasse.
“Tivemos de mudar o modelo de negócio quatro vezes”, diz Barbosa em entrevista ao Vida de Startup, do NeoFeed. “Quanto mais a gente crescia, mais a gente incomodava as academias.”
Um exemplo foi quando a companhia adotou um plano de comercialização voltado para o B2C. Na época, a estratégia se mostrou promissora. O problema era a disparidade de preços entre o que o Gympass cobrava e o que as academias recebiam.
“Tivemos demanda e começamos a crescer muito rápido, mas as academias passaram a pedir o cancelamento dos contratos que tinham com a gente”, afirma Barbosa.
Em outro episódio, Barbosa conta que, para conseguir um investimento, a condição era de que a plataforma firmasse um contrato com determinada empresa. “A gente deslanchou com esse contrato”, diz o empresário. “E quase falimos por causa disso.”
O problema naquele caso foi que a plataforma não esperava que os usuários tivessem assiduidade nas academias. “A empresa cobrava R$ 40 de cada funcionário e nos repassava R$ 10. Eles estavam ganhando dinheiro com o Gympass”, conta Barbosa. “E nós perdíamos R$ 200 mil por mês.”
Para virar o jogo, a companhia precisou reestruturar um modelo com as vendas voltadas diretamente para as empresas e nas quais os preços e os repasses para as academias e estúdios não gerassem prejuízo.
Os últimos movimentos da companhia indicam que o modelo vem dando resultados. Em agosto, o Gympass captou US$ 85 milhões em rodada liderada pela gestora de private equity sueca EQT. O valuation da companhia foi estipulado em US$ 2,4 bilhões.