Se 2023 foi um ano difícil para os fundos multimercados brasileiros, que enfrentaram fortes resgates, os maiores gestores de hedge funds globais registraram lucros recordes graças à retomada do mercado global de ações.
Segundo levantamento feito pela consultoria LCH Investments, citado pela CNBC, as 20 maiores casas registraram um lucro de US$ 67 bilhões no ano passado, superando o recorde estabelecido em 2021, quando obtiveram um ganho de US$ 65 bilhões.
A indústria como um todo apresentou um ganho de US$ 218 bilhões, com as 20 maiores gestoras respondendo por quase um terço desse montante, mesmo representando menos de um quinto dos ativos da indústria. O setor movimenta cerca de US$ 4 trilhões em recursos anualmente.
No topo da lista ficou a TCI, uma gestora britânica com US$ 50 bilhões em ativos e que, no ano passado, teve um ganho de US$ 12,9 bilhões aos investidores, encerrando o ano passado com valorização de 33%, acima do desempenho do S&P 500, de 24%.
Entre as principais posições da casa estão a Alphabet, que acumulou alta de 63% em 2023. Outro investimento relevante da TCI foi a Visa, cujos papéis valorizaram 23,1%.
Na segunda posição ficou a Citadel, de Ken Griffin, com um lucro de US$ 8,1 bilhões. Em 2022, a gestora bateu recorde ao registrar um ganho de US$ 16 bilhões. Apesar da queda, a Citadel tem sido consistente em seu desempenho, acumulando ganho de US$ 74 bilhões desde o surgimento do ranking da LCH Investments, em 2012.
Já no Brasil, o ano dos multimercados foi marcado por uma forte onda de resgates. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgados em 9 de janeiro mostram que esta classe apresentou o pior resultado da série histórica, iniciada em 2002, acumulando saída líquida de R$ 134,3 bilhões.
Segundo a entidade, as carteiras que investem no exterior foram as mais afetadas, ficando R$ 49,6 bilhões no vermelho. Houve aceleração dos resgates nos multimercados no último trimestre, em que a classe ficou com saldo negativo de R$ 80,4 bilhões.