A Vinci Compass anunciou nesta segunda-feira, 6 de outubro, a compra de 50,1% da Verde Asset Management por R$ 46,8 milhões e mais uma parte em ações. O acordo prevê ainda compra da totalidade da empresa em cinco anos, por até R$ 127,4 milhões, a depender do atingimento de determinadas metas.

Luis Stuhlberger passa a ser sócio da Vinci Compass e continuará como CEO e CIO da Verde, hoje com R$ 16 bilhões sob gestão. Os principais executivos da gestora tornam-se também sócios da Vinci Compass, com travas de cinco anos nas ações recebidas e acordos de revenue sharing atrelados a performance.

No front de gestão, a Verde passa a ancorar ao lado da Vinci Compass os comitês de investimento, risco e alocação, ampliando escopo de pesquisa cross-asset, leitura macro e construção de portfólios. A transação deve ser concluída no quarto trimestre, segundo comunicado.

Segundo a Vinci Compass, o racional da transação é ganhar escala imediata e melhorar o mix de total sob gestão ao incorporar R$ 16 bilhões com ROAs (Return on Assets) atrativos.

“A combinação amplia a prateleira para o público de alta renda e intermediários e fortalece as soluções para clientes institucionais, alavancando estratégias complementares e históricos de performance que aumentam a escolha do cliente e a relevância da arquitetura aberta”, diz. em nota, a Vinci Compass.

Trazendo para dentro de casa uma estratégia a mais de alternativos, a Vinci verticaliza essa operação, ganhando mais receita por sua distribuição, ao mesmo tempo em que consegue alavancá-la com seu poder de distribuição.

Com isso, a Vinci afirma que pretende elevar imediatamente sua receita relacionada a tarifas (FRE) em dois dígitos, considerando o FRE por ação. Já o impacto no lucro por ação distribuível aos acionistas devem ser de um dígito baixo ou intermediário (algo entre 1% e 5%).

Para a Verde, a incorporação pela Vinci significa manter a sua independência, mas dentro de uma grande organização com poder de distribuição continental, aumentando o alcance institucional no Brasil e abrindo canais fora do País.

A compra do que foi a mais icônica e maior maior gestora de hedge fund do Brasil, que já chegou a ter mais de R$ 50 bilhões sob gestão, mostra que poucos serão os gestores independentes que ficarão imunes a consolidação em meio aos resgates bilionários da indústria de multimercados – que já somam mais de R$ 850 bilhões em resgates desde 2022.

Nos últimos anos, a gestora diversificou sua atuação para não depender tanto deste segmento e entrou em crédito e abriu, no ano passado, uma casa para atuar na área de incentivados, com fundos imobiliários e de agronegócio (a Verde Agro & Imobiliário). Mas, nada que chegasse a compensar a queda livre de seu multimercado.

E com os juros ainda na casa dos dois dígitos por bastante tempo, outras casas estreladas podem entrar na lista de incorporadas.