Há um ano, os executivos da The Wall Disney Co. disseram a investidores de que a ideia de ter uma versão mais barata de seu serviço de streaming bancada por anúncios era uma ideia maluca.
Pressionada por acelerar o crescimento de usuários, a companhia do Mickey Mouse e do Pateta resolveu ceder e anunciou que vai lançar uma assinatura mais barata do Disney+ com publicidade no fim de 2022.
A nova oferta é mais um passo para que a Disney atinja a meta de conquistar entre 230 milhões e 260 milhões de assinantes até o fim do ano fiscal de 2024.
A Disney fechou 2021 com 129,8 milhões de assinantes. Em seu primeiro ano de operação, ganhou quase 75 milhões de assinantes. Mas o crescimento desacelerou à medida que a pandemia diminuiu e as opções de entretenimento não virtuais retornaram.
Quando o serviço da Disney+ estrear, apenas a Netflix e a Apple serão as plataformas de vídeos que não contam com anúncios nos Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, a WarnerMedia, da AT&T, oferece uma versão do HBOMax com anúncios por US$ 9,99 por mês. A assinatura sem publicidade custa US$ 14,99 por mês.
A NBCUniversal, da Comcast, oferece seu serviço de streaming Peacock Premium com anúncios por US$ 4,99 por mês, ou US$ 9,99 sem comerciais. A Paramount Global e a Discovery contam também com dois níveis de seus serviços Paramount+ e Discovery+, com e sem anúncios, também por US$ 4,99 e US$ 9,99 por mês, respectivamente.
A Disney, no entanto, acredita que a meta de assinaturas não é o principal motivo por trás do serviço de assinatura mais barato. Uma pesquisa da agência de publicidade francesa Publicis, feito para a Verizon Media, descobriu que 61% dos consumidores estavam mais cientes das opções de streaming de TV de baixo custo e suportadas por anúncios do que eles eram um ano antes.
Mais: 83% dos consumidores que usam um serviço de streaming pago disseram que estariam dispostos a experimentar um modelo suportado por anúncios para economizar dinheiro em taxas de assinatura.
Em um momento que em proliferam os serviços de streaming, os usuários estão cada vez mais seletivos em quais devem assinar. Ter uma opção mais em conta parece que será fundamental para ajudar nesse processo de escolha.
Executivos da Disney informaram também que pretendem gastar US$ 33 bilhões em novos conteúdos em 2022. Cerca de dois terços desses recursos serão investidos na área de entretenimento. E um terço para comprar direitos esportivos.
Apesar do anúncio, as ações da Disney não reagiram favoravelmente e caem 3,7% por volta das 16h30. A companhia vale US$ 255,3 bilhões. Neste ano, os papéis se desvalorizam 10,6%.