Depois de colocar os negócios de streaming no trilho, a Disney negocia um acordo com a FuboTV para combinar os serviços de televisão online ao vivo, formando o segundo maior nome deste segmento, atrás apenas do YouTube TV.
Segundo apuração da agência de notícias Bloomberg, como parte da transação, a Disney pretende juntar o serviço Hulu + Live TV com a plataforma da Fubo numa nova companhia, em que terá uma participação de 70%.
O restante estará nas mãos da Fubo, empresa americana que começou como uma plataforma de streaming de esportes, expandindo para outros conteúdos.
O acordo não inclui a plataforma de filmes e séries da Hulu, nem a Disney+, segundo as fontes ouvidas pela reportagem. A expectativa é de que a operação seja anunciada nesta semana, criando um serviço com cerca de 6 milhões de assinantes.
A fusão, se ocorrer, é parte da reestruturação sendo conduzida na divisão streaming, que aos poucos deixa de ser uma dor de cabeça financeira para a Disney, depois de anos de investimentos pesados e preços baixos para concorrer com nomes como Netflix e HBO.
A reestruturação da parte de streaming, de modo a torná-la rentável, foi um dos principais objetivos de Bob Iger desde que reassumiu o cargo de CEO, no final de 2022.
Para isso, a companhia reajustou para cima os preços dos planos e buscou mais receitas publicitárias, ao mesmo tempo em que reduziu os gastos com marketing. A Disney também investiu em melhorar os mecanismos de recomendação, para reduzir o churn.
A estratégia produziu resultados. A companhia registrou no quarto trimestre do ano fiscal de 2024, encerrado em 28 de setembro, um lucro de US$ 321 milhões na vertical de streaming. Foi o segundo trimestre seguido de ganho da unidade, enquanto as áreas de parques temáticos e televisão a cabo perderam força.
Mesmo com os ajustes de preços e restrições ao compartilhamento de contas, a Disney viu a base de assinantes crescer. A empresa conquistou 4,4 milhões de novos assinantes no Disney+ no período, enquanto o mercado esperava algo em torno de 1 milhão.
Para a Fubo, o acordo com a Disney representa uma oportunidade de continuar operando num mercado cada vez mais saturado, com custos elevados para aquisição de eventos esportivos e altos índices de churn.
Avaliada em cerca de US$ 481 milhões, a Fubo continuará sendo uma companhia de capital aberto após a fusão.
A notícia animou os investidores da Fubo, com as ações subindo mais de 77% no pré-mercado, a US$ 2,56. As ações da Disney avançavam 0,35%, a US$ 111,55.