Convocado de volta, em 2022, para colocar o “castelo” em ordem, Bob Iger não permanecerá muito mais tempo no cargo de CEO da Disney. O executivo, que esteve à frente dos negócios entre 2005 e 2020, já tem data para deixar o comando da companhia.

A Disney informou nesta segunda-feira, 21 de outubro, que pretende nomear o sucessor de Iger no começo de 2026, sem divulgar se tem, ou quem será, o novo executivo-chefe.

O que já está definido é o novo presidente do conselho de administração. A Disney informou que James Gorman foi escolhido para o cargo, no lugar de Mark Parker, que esteve presente no board da empresa por nove anos.

Gorman, que assume a posição em 2 de janeiro, é presidente-executivo do conselho do Morgan Stanley, cargo que pretende deixar em dezembro. Antes disso, ele foi CEO do banco, entre 2010 e 2024.

Ele foi indicado ao conselho de administração da Disney no fim de 2023, junto com Jeremy Darroch, ex-CEO do canal de televisão britânico Sky TV, em novembro do ano passado, em meio à reestruturação tocada por Iger, para reduzir os custos da companhia.

A escolha de Gorman para comandar o board está sendo interpretada por alguns observadores como uma medida da companhia para evitar novos contratempos com sucessão de comando, como aconteceu quando Bob Chapek assumiu o lugar de Iger, em 2020.

Em meio aos problemas causados pela pandemia de Covid-19, Chapek teve que lidar com um motim de executivos sêniores, além de críticas de Iger.

Enquanto a Disney sofreu com a transição de comando no começo da década, observadores apontam que a sucessão de Gorman no Morgan Stanley foi mais tranquila, com a escolha de Ted Pick, que assumiu a posição no começo do ano.

Gorman é membro do comitê que está preparando a sucessão de Iger na Disney. O grupo está entrevistando executivos de fora e também pessoas dentro da companhia, de acordo com o jornal The Wall Street Journal.

Entre os cotados para o cargo, segundo o jornal, estão Josh D’Amaro, presidente da divisão de experiências da Disney, responsável pelos parques temáticos, e Dana Walden, copresidente da unidade de entretenimento, que inclui as operações de televisão e streaming.

Em nota, Gorman disse que o planejamento para a sucessão reflete “o progresso feito pelo comitê de planejamento sucessório e pelo conselho de administração”, dando um amplo prazo “para uma transição bem-sucedida antes do fim do contrato de Iger, em dezembro de 2026”.

Iger já tinha dito, no começo do ano, que uma de suas prioridades era encontrar um sucessor. O tema foi um dos fatores que motivou o investidor ativista Nelson Peltz a travar uma batalha com a companhia, que acabou resultando na vitória do CEO da Disney.