O modelo de negócio da Disney parece estar mudando mais rápido do que o mercado imaginava. Após perder cerca de US$ 11 bilhões desde 2019 na guerra dos streamings, a empresa reportou seu primeiro lucro no Disney+ um trimestre antes do planejado, totalizando US$ 47 milhões nos últimos três meses.

Na visão de especialistas consultados pelo Wall Street Journal, o aumento constante do preço do streaming ajudou a impulsionar o crescimento da receita de assinaturas da companhia.

E não é para menos. No Brasil, a empresa recentemente incorporou a operação da Star+, que inclui canais como ESPN, e passou a cobrar R$ 43,50 por mês em seu plano básico. Nos Estados Unidos, os valores devem aumentar mais uma vez a partir de outubro, atingindo a casa dos US$ 10 no plano básico mensal.

“Nosso desempenho no terceiro trimestre demonstra o progresso que fizemos em relação às nossas quatro prioridades estratégicas: nossos estúdios criativos, streaming, esportes e negócios de experiências,” disse Robert A. Iger, CEO da The Walt Disney Company no balanço financeiro divulgado na quarta-feira, 7 de agosto.

Na contramão do streaming, os parques de diversão, que são referência no segmento, continuaram a demonstrar enfraquecimento no trimestre. O lucro da divisão de experiências recuou 3% na comparação anual, para US$ 1,2 bilhão, enquanto a receita registrou leve crescimento de 2% no período.

“No segmento de experiências, esperamos que a moderação da demanda que vimos em nossos negócios domésticos no 3º trimestre possa impactar também nos próximos meses”, afirma a Disney no relatório. “Embora estejamos monitorando a frequência e os gastos dos visitantes e gerenciando agressivamente nossa base de custos, esperamos que o lucro operacional do segmento no quarto trimestre caia”.

No geral, a Disney obteve um lucro operacional de US$ 2,6 bilhões no trimestre, revertendo uma perda de US$ 460 milhões no ano anterior. A receita aumentou 3,7%, chegando a US$ 23,11 bilhões.

Esse valor sofreu forte influência das produções audiovisuais lançadas no último ano. A divisão que inclui lançamentos cinematográficos registrou um lucro de US$ 254 milhões, em comparação com uma perda de US$ 112 milhões no ano anterior. Este foi o primeiro lucro desde o início de 2022.

Segundo a Disney, o resultado foi impulsionado em grande parte pelo forte desempenho nas bilheterias de “Divertida Mente 2”. O filme vendeu quase US$ 1,6 bilhão em ingressos no mercado global e se tornou a animação mais lucrativa de todos os tempos.

Após os resultados, a companhia elevou sua previsão de crescimento para o ano fiscal de ganhos de 30% por ação e afirmou esperar que a rentabilidade do streaming e o número de assinantes do Disney+ cresçam no quarto trimestre.