A Disney reportou nesta quinta-feira, 14 de novembro, um resultado acima das expectativas do mercado financeiro com os negócios de streaming e estúdio ganhando um impulso, o que compensou resultados piores no setor de cabo e parques temáticos.

Em toda a empresa, a receita aumentou para US$ 22,6 bilhões, uma expansão de 6% em relação ao ano anterior e praticamente em linha com as expectativas dos analistas. O lucro líquido, por sua vez, subiu 74%, para US$ 460 milhões.

Depois de anos investindo pesadamente em streaming, a companhia conseguiu reverter o prejuízo de US$ 387 milhões do mesmo trimestre do ano passado, para um lucro de US$ 321 milhões neste trimestre. Esse é o segundo trimestre consecutivo de lucro da vertical que abriga Disney+, Hulu e ESPN+.

O streaming se beneficiou de aumentos de preços, crescimento das receitas publicitárias, custos de marketing mais baixos e forte crescimento de assinantes. A controladora da Disney+, ESPN+ e Hulu aumentou os preços do streaming repetidamente nos últimos anos, mas evitou uma onda significativa de cancelamentos e continuou a adicionar novos clientes.

A empresa conquistou 4,4 milhões de novos assinantes no Disney+, enquanto o mercado esperava algo em torno de 1 milhão.  A empresa, no entanto, alertou que deve ocorrer um “declínio modesto” nos assinantes do Disney+ no próximo trimestre.

Enquanto isso, a receita das redes de TV tradicionais da Disney, que incluem canais ABC e a cabo, como FX, Disney Channel e Freeform, caiu 38%, para US$ 498 milhões, uma mostra de que o futuro está mesmo no streaming.

A Disney deu como razões para o declínio no lucro da TV a cabo custos mais elevados de marketing para uma grande safra de estreias de temporadas de TV após as greves de roteiristas e atores do ano passado, a menor receita publicitária e as mudanças em um de seus acordos de transporte.

Não se saiu bem também a unidade de experiências da Disney, que inclui parques temáticos e cruzeiros, com a receita caindo pelo segundo trimestre consecutivo. Esse negócio foi por muito tempo o principal motor de lucro da empresa, representando nos últimos anos mais de dois terços do rendimento operacional total.

A divisão de experiências relatou um lucro operacional de US$ 1,66 bilhão no trimestre, uma queda de 6% em relação ao ano anterior e praticamente em linha com as expectativas de Wall Street. Durante todo o ano fiscal, a divisão representou 59% do lucro operacional da Disney, abaixo dos 70% do ano anterior.

Segundo a Disney, o lucro mais baixo é resultado do aumento dos custos, incluindo os associados ao lançamento de dois novos navios de cruzeiro, e à menor frequência em parques temáticos no exterior, especialmente a Disneyland Paris, que perdeu turistas para os Jogos Olímpicos de Paris.

Apesar do declínio na renda, os gastos per capita nos parques temáticos nacionais e em cruzeiros aumentaram no último trimestre, enquanto o tráfego de pedestres nos parques dos EUA se manteve relativamente estável.

A Disney espera que o lucro operacional na divisão de experiências cresça de 6% a 8% no ano fiscal de 2025, com a maior parte desse crescimento ocorrendo durante o segundo semestre do ano.

Já o negócio de estúdios da Disney se beneficiou de dois grandes sucessos de bilheteria: “Divertida Mente 2” e “Deadpool & Wolverine”.

Com US$ 1,7 bilhão em vendas globais de ingressos, “Divertida Mente 2” se tornou o filme de animação de maior bilheteria de todos os tempos, enquanto “Deadpool & Wolverine”, que arrecadou US$ 1,3 bilhão nas bilheterias globais, estabeleceu o recorde de R$ 1,3 bilhão.

O negócio de estúdios da Disney registrou um lucro de US$ 316 milhões, em comparação com um prejuízo de US$ 149 milhões um ano antes.

A Disney está programada para lançar dois novos filmes, “Moana 2” e “Mufasa: O Rei Leão”, nos cinemas ainda este ano.

A empresa informou que planeja recomprar US$ 3 bilhões em ações e aumentar seus dividendos no próximo ano fiscal. As ações da Disney iniciaram o pré-market em grande alta e acumulam valorização de 33% no ano.