Em 15 de março, Tomás Manzano, CEO da Copersucar, revelou em entrevista ao AgFeed que a empresa, líder mundial em vendas de açúcar e etanol, estava alinhando uma joint venture para ingressar no segmento de comercialização de energia.
Duas semanas depois, a companhia está oficializando esse passo, que expande sua atuação. A Copersucar e o grupo Comerc anunciaram na manhã desta segunda-feira, 1º de abril, a criação de uma joint venture para explorar a comercialização de energia elétrica no mercado livre de energia.
As empresas informaram que a venda será feita por meio da Newcom Comercialização de Energia Elétrica, uma das comercializadoras de energia do grupo Comerc, que, concluída a transação, atuará de forma independente, com capital e controle igualmente divididos entre as duas parceiras. O acordo ainda depende de aprovação de órgãos regulatórios.
Em comunicado, o grupo Comerc ressaltou que, à parte da joint venture, seguirá atuando no mercado de comercialização de energia de forma independente, por meio da Comerc Comercializadora, no mercado há 18 anos.
A Copersucar, por sua vez, destacou que o acordo representa mais um passo importante da estratégia de ampliação de seu portfólio de soluções em escala para energias renováveis. Essa busca por novos negócios e áreas foi um dos temas abordados pelo CEO da empresa na entrevista concedida ao AgFeed.
Nesse contexto, Manzano disse que a joint venture que vinha sendo costurada para a comercialização de energia seria consolidada “em um veículo Copersucar”, que venderia todo o volume das usinas da companhia.
Na oportunidade, ao ressaltar que as negociações ainda estavam sendo finalizadas, ressaltou que o plano da Copersucar com a iniciativa era estar “entre as maiores comercializadoras de energia do País”, pontuando que, atualmente, existem cerca de 400 empresas atuando nesse segmento no Brasil.
“Será uma plataforma aberta, que vai comprar energia de qualquer um no mercado, não só energia de biomassa, vai comprar energia eólica, solar, hidroelétrica”, complementou o executivo na ocasião.
A Copersucar não é a única empresa que construiu sua história em outro segmento e está começando a explorar esse espaço, no rastro das oportunidades abertas pela nova dinâmica do mercado livre de energia.
Um outro exemplo é a TIM. Em fevereiro deste ano, em entrevista ao programa É Negócio, parceria do NeoFeed e da CNN Brasil, Alberto Griselli, CEO da operadora de telecomunicações, afirmou que a essa é justamente uma das áreas no radar da expansão de atuação da companhia.
“Energia é um setor que tem um certo dinamismo e onde nós estamos vendo de explorar algumas oportunidades”, observou Griselli. O executivo disse ainda que a TIM tem conversas avançadas com um grande parceiro para entrar no mercado livre de energia.
Ainda no segmento de telecom, já há exemplos de players que já oficializaram esse percurso no mercado livre de energia. É o caso da Vivo, que, em dezembro de 2023, anunciou a criação de uma joint venture com a Auren Energia para atuar nesse espaço.
Na operação, cada empresa terá 50% de participação e a previsão é de que a nova companhia resultante do acordo comece a operar no segundo semestre deste ano.