O colchão de Warren Buffett e de sua gestora, a Berkshire Hathaway, está cada vez mais “forrado”. É o que mostra o resultado mais recente divulgado pela empresa do megainvestidor americano, dono de uma fortuna estimada em US$ 143 bilhões.

Entre outros indicadores, uma linha, em particular, chama a atenção no balanço referente ao terceiro trimestre reportado no último sábado, dia 2 de novembro. A companhia encerrou o período com um caixa recorde de US$ 325,2 bilhões, contra US$ 276,9 bilhões, um ano antes.

Para se ter uma dimensão, com essa cifra e levando-se em conta os valores de mercado das empresas, Buffett e a gestora poderiam comprar as brasileiras Petrobras, Vale e Nubank. E ainda sobraria dinheiro.

O montante começou a ganhar mais e mais dígitos a partir do fim de 2023, quando a Berkshire Hathaway passou a reduzir suas fatias no Bank of America e na Apple, as duas grandes “estrelas” do seu portfólio.

Essa estratégia teve continuidade entre julho e setembro. Nesse intervalo, a gestora se desfez de cerca de 25% sua participação na Apple, marcando o quarto trimestre consecutivo em que reduziu sua posição na fabricante do iPhone.

No caso do Bank of America, um “veterano” no portfólio da companhia, a Berkshire Hathaway já arrecadou mais de US$ 10 bilhões desde julho deste ano, quando deu início a vendas em série da fatia detida na instituição.

Levando-se em conta todas as operações realizadas, e não apenas as duas empresas, a gestora vendeu um total de US$ 36,1 bilhões em participações no terceiro trimestre. E, em paralelo, não fez nenhuma recompra de ação no período, um movimento que já vinha perdendo força desde o início do ano.

Entre abril e junho, a Berkshire Hathaway havia recomprado US$ 345 milhões de suas ações, um volume bem menor quando comparado aos US$ 2 bilhões em recompras registradas nos dois trimestres anteriores.

Segundo a rede americana CNBC, a empresa ressaltou que voltará a esse balcão quando Buffett “acreditar que o preço de recompra estiver abaixo do valor intrínseco da Berkshire, determinado de forma conservadora”.

As ações da companhia acumulam uma valorização de aproximadamente 25% em 2024, acima do índice de 20,1% do S&P 500 nesse intervalo. A gestora chegou a superar a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado no terceiro trimestre. E, atualmente, está avaliada em US$ 952,5 bilhões.

Em outros indicadores do período, a Berkshire Hathaway encerrou o trimestre com um lucro operacional de US$ 10,1 bilhões, o que representou uma queda de cerca de 6% na comparação com o número reportado um ano antes e uma cifra um pouco abaixo da projeção de analistas.