O balanço da empresa de tecnologia Bemobi, que integra soluções de conteúdo e pagamento, mostra a disciplina financeira da plataforma digital. No terceiro trimestre deste ano, a companhia apresentou uma receita líquida operacional de R$ 153,3 milhões, uma expansão de 14,7% sobre o mesmo período de 2023.
“Estávamos fora de moda na época do crescimento a qualquer custo. De certa forma, estamos mais na moda agora com o chamado crescimento sustentável”, diz Pedro Ripper, CEO da Bemobi, ao Números Falam, programa do NeoFeed que tem o apoio do Santander Select.
O Ebitda da companhia foi de R$ 50,6 milhões no terceiro trimestre, com uma margem Ebitda de 33%. Esses indicadores também cresceram nos nove primeiros meses do ano: R$ 145,4 milhões e 32,9%, respectivamente.
“Tivemos um período de crescimento muito forte, durante muitos anos, mas um ano de 2023 mais fraco. Talvez o primeiro da nossa história em que andamos de lado”, diz o CEO. “Agora, faz quatro trimestres consecutivos que a gente acelera o crescimento, tanto em receita quanto em Ebitda.”
O terceiro trimestre é, também, o primeiro período em que as quatro linhas de negócio tiveram uma performance destacada. O negócio de assinaturas digitais cresceu 25,5%, na comparação anual. O SaaS teve uma expansão de 18,8%. E as microfinanças e os pagamentos digitais aumentaram 7,8% e 7,5%, respectivamente.
“Em um período de três anos fomos capazes de mudar o mix de receita da Bemobi. Quando abrimos o capital, sabíamos que o business de assinatura digital dificilmente nos faria quadruplicar a empresa. Hoje, 50% da receita vem de pagamentos e SaaS, dois negócios que não existiam há dois anos e meio”, afirma Ripper.
O mix de receitas mostra a capacidade da empresa entrar em novas áreas. Para o CEO da Bemobi, uma empresa de tecnologia tem de ter capacidade de se adaptar e de se transformar, principalmente pela maior exposição às rupturas vindas da inovação.
Com uma posição de caixa de R$ 571 milhões no fim do terceiro trimestre, a Bemobi tem clareza do que vai fazer com o recurso: manter a recompra de ações se o papel seguir depreciado, fazer a distribuição do excedente em dividendos e direcionar para aquisições.
“A Bemobi tem uma posição positiva de caixa e a alocação principal desse caixa é continuar a jornada de M&A cirúrgico”, diz Ripper. “Tem áreas que estamos empolgados e, sem surpresas, a de pagamento é uma delas, seja no Brasil ou em países próximos. Vamos continuar fazendo aquisições. É o uso principal desse caixa.”
A ação BMOB3 está em alta de 8,6% em 2024. Mas, desde que a companhia fez o IPO, em 2021, a desvalorização é de 33,2%. O valor de mercado da Bemobi é de R$ 1,3 bilhão.