Quando foi criada, em 2012, a Enseada surgiu com o objetivo de gerir parte do patrimônio da família Larragoiti, fundadora da SulAmérica.

A forma seguiu o script que a maioria dos family offices adota: diversificar o risco em diversas geografias e classes de ativos. Boa parte dos recursos está alocada em gestoras de private equity e venture capital ao redor do mundo.

Mas, no Brasil, a Enseada adotou uma estratégia que não segue o padrão de um family office: investir diretamente em startups — mesmo que os recursos sejam uma fatia minoritária.

“Um family office, em tese, não deveria fazer nada direto. Mas, no Brasil, tenho uma vantagem competitiva: tenho uma relação mais próxima com o empreendedor e sei com quem quero e com quem não quero fazer negócio”, diz Louis de Ségur de Charbonniéres, em entrevista ao Café com Investidor, programa do NeoFeed.

Dessa forma discreta, a Enseada já montou um portfólio com mais de 20 startups — um número que é muito maior do que o de algumas gestoras de venture capital que preferem concentrar os seus investimentos em poucas apostas.

Atualmente, fazem parte do portfólio da Enseada startups como Trevo, uma plataforma de exame laboratorial para pessoas das classes C e D; Genial Care, de tratamento de autismo; Soulloop, um app de astrologia conectado com saúde mental; Sami Saúde, um plano de saúde para PMEs, entre muitos outros.

A maioria dos investimentos está conectada à área de saúde, onde a família e o próprio Charbonniéres têm experiência. Mas a ideia é diversificar também esses aportes. “Olhamos para outras coisas, porque senão você acaba concentrando muito risco numa tese só.”

Um exemplo é o investimento que a Enseada fez na Hashdex, que atua em criptomoedas. O family office diz também que vai olhar com mais atenção para real estate e agro no Brasil. “Nossa tese de investimento, o que faz sentido, é economia real”, afirma Charbonniéres.

Nesta entrevista — que você assiste no vídeo acima — Charbonniéres fala mais sobre como investe, conta sobre os investimentos internacionais e comenta sobre a Ségur Estates, uma vinícola de Portugal que resgata uma tradição da família