Brasília - Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, participou de um almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), em Brasília, na terça-feira, 8  de julho. No encontro promovido pela associação suprapartidária, sem fins lucrativos, de parlamentares do Congresso Nacional, Galípolo tocou em temas sensíveis da política monetária. E deixou claro que o "BC nunca dá cavalo de pau em nada”.

“Ele mais parecia um presidente do Banco Central de Bolsonaro”, disse, rindo, o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), ao NeoFeed.

Durante o encontro, com participação majoritária de políticos da oposição, Galípolo disse que o Copom não ganhará o título de “miss simpatia de 2025”.

“Mas eu durmo tranquilo, sabendo que o que estou fazendo é cumprir a meta [de inflação], perseguir a meta”, afirmou Galípolo, que encantou a oposição por outros motivos e chegou a ser aplaudido algumas vezes.

“Ele citou Campos Netto por pelo menos três vezes, valorizou a independência do Banco Central, disse que a meta da inflação não foi definida por ele”, afirmou Passarinho, que é presidente da FPE.

Não é a primeira vez que Galípolo se refere de maneira positiva ao seu antecessor na autoridade monetária, mas é primeira vez que empolga políticos de oposição de maneira quase efusiva.

Galípolo já havia defendido Campos Netto quando foi confrontado com uma crítica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que disse que a Selic de 15% foi contratada por Campos Netto. Galípolo não se comprometeu, mas disse que o ex-presidente do BC foi generoso durante a transição de governo.

Campos Netto por sua vez sempre demonstrou apreço por Galípolo. Quando, em meados do mês passado, o Copom elevou a taxa de juros a 15%, Campos disse:

“Eu poderia falar: ‘Viu? Me criticaram tanto e agora a taxa está maior’. Mas minha honestidade intelectual não me deixa embarcar nessa. Eu teria feito a mesma coisa”, disse ao portal G1.