A Dynamix anunciou nesta segunda-feira, 21 de julho, a fusão com a The Ether Reserve LLC. A operação dará origem à Ether Machine, uma empresa que pretende gerir, logo na largada, mais de US$ 1,5 bilhão em ether. A criptomoeda da rede Ethereum é a segunda maior do mundo, atrás apenas do bitcoin.

Constituída por meio de uma SPAC, a Dynamix foi listada na Nasdaq em novembro de 2024, levantando, na época, US$ 150 milhões. O formato de companhia, que se popularizou nos últimos anos nos Estados Unidos com o aumento de liquidez, envolve uma abertura de capital feita com propósitos específicos de adquirir ou fundir com outra empresa privada, quando houver oportunidade.

Andrew Keys, cofundador da The Ether Reserve, investirá US$ 645 milhões na operação e assumirá a posição de presidente do conselho. O outro cofundador, David Merin, será o CEO da Ether Machine

Entraram também no negócio as corretoras de cripto Kraken e Blockchain.com, segundo o The Wall Street Journal. As empresas, junto a investidores como Pantera, 1Roundtable e Archetype, participam de um aporte de US$ 800 milhões, a um preço garantido de US$ 10 por ação.

A operação está prevista para ser concluída até o quarto trimestre deste ano. Com a conclusão do negócio, as ações da Ether Machine passarão a ser negociadas na Nasdaq sob o ticker ETHM. Os papéis da nova companhia substituirão as ações da SPAC, negociada em alta de 28% nesta segunda, após o anúncio do negócio, a US$ 13,13.

A Ether Machine será a primeira companhia de capital aberto nos Estados Unidos com foco em ser uma espécie de “tesouraria” de ether.

O modelo replica o adotado pela MicroStrategy, que decidiu voltar suas operações para a compra de bitcoin em agosto de 2020 e, desde então, viu suas ações subirem 2.900%, levando outras empresas a adotarem a mesma estratégia. A estratégia também foi seguida no Brasil, sendo adotada pela Méliuz, que se tornou a primeira “Bitcoin Treasury Company” da América Latina.

A lógica por trás do negócio é dar aos investidores de bolsa uma forma direta de se expor ao criptoativo sem precisar comprar e armazená-lo por conta própria. Por ser feito por meio de uma empresa listada, há também a possibilidade de emissão de dívida e novas ações para financiar novas compras do ativo.

Embora sejam as duas maiores criptomoedas do mundo, ether e bitcoin têm funções distintas dentro do ecossistema digital. O bitcoin é amplamente visto como uma reserva de valor, por ter emissão limitada. Já o ether serve como o “combustível” da rede Ethereum, sendo essencial para executar contratos inteligentes, aplicativos descentralizados e outras operações na blockchain

O anúncio da fusão tem como pano de fundo o avanço de projetos no Congresso americano que buscam regulamentar o mercado de criptomoedas nos Estados Unidos. Na semana passada, após a aprovação de uma lei que estabelece regras para stablecoins no país, o mercado de criptoativos superou, pela primeira vez, a marca de US$ 4 trilhões.