Um espaço cada vez mais disputado, a arena que hoje abriga, de um lado, instituições tradicionais, e, no outro canto, fintechs e bancos digitais, ganha mais um concorrente de peso a partir deste mês: o BTG Pactual.
O BTG Pactual anunciou nesta segunda-feira, 14 de setembro, sua entrada no segmento de varejo por meio do lançamento de dois bancos digitais. O primeiro é o BTG+, voltado a pessoas físicas. Já a segunda oferta é o BTG+ Business, direcionado a microempreendedores e pequenas e médias empresas.
“Depois de 37 anos, finalmente estamos lançando nossa plataforma bancárias completa e entrando no varejo”, afirmou Robert Sallouti, CEO do BTG Pactual, em teleconferência sobre anúncio nesta manhã. “Esses são dois mercados carentes de competição e de novas ofertas.”
As duas novas ofertas integram a unidade de varejo digital, criada há cerca de 16 meses e que é liderada por Amos Genish, profissional muito conhecido no mercado de telecomunicações, com passagens pela GVT e Telefônica Vivo. A divisão inclui negócios como o Banco PAN e a plataforma de investimentos BTG Pactual Digital.
“Estamos integrando o melhor dos dois mundos”, afirmou Genish, em uma referência à combinação da marca e da reputação do BTG Pactual com o fato de os dois bancos serem baseados em plataformas 100% digitais e na nuvem.
Segundo Saloutti, ainda é cedo para falar o quanto os negócios da unidade de varejo digital vão representar na receita total do BTG Pactual. “Mas se falarmos que, em cinco anos, metade do resultado do banco venha dessa unidade não seria um sonho”, disse o CEO do BTG Pactual.
Uma das novidades anunciada hoje, o BTG+ começou a ser testado em abril desse ano, por meio de um piloto com funcionários do próprio BTG Pactual, de empresas parceiras e, mais recentemente, com escritórios de agentes autônomos.
Em seu lançamento, o BTG+ estará disponível para clientes do BTG Pactual. “Até janeiro, faremos o go to market e lançaremos a plataforma, definitivamente, para todo o mercado”, afirmou Rodrigo Cury, head do BTG+.
Inicialmente, o portfólio inclui conta corrente e cartões de crédito que, a princípio, não terão taxas de abertura nem de anuidade e de manutenção. No caso dos cartões, outra alternativa é o Investe+, pelo qual o cliente poderá reverter parte dos seus gastos para um fundo de investimento gerido pelo BTG Pactual.
Outra oferta já disponível é um programa de fidelidade, pelo qual o cliente poderá integrar, diretamente, programas de parceiros, como companhias aéreas. Com o tempo, a ideia é adicionar novos produtos e serviços nesse portfólio, como seguros, financiamento de automóveis e linhas de home equity.
“Nossa ideia, nesse início, e atender o público investidor que já está na nossa plataforma de investimentos e que já inclui uma gama grande de renda”, disse Cury. “Mas, ao longo do tempo, vamos estender para outros perfis.”
Já no caso do BTG+ Business, o BTG Pactual dá a largada com uma base já trabalhada de clientes no plano da oferta de crédito. Há cerca de 20 meses, o banco lançou um produto de empréstimo 100% digital e, desde então, construiu uma carteira de R$ 4,9 bilhões nessa plataforma.
“Hoje, temos mais de 5,3 mil clientes e liberamos mais de R$ 1 bilhão em novos financiamentos por mês”, afirmou Gabriel Motomura, cohead do BTG+ Business. “Mas não ficaremos apenas no crédito. Vamos trazer, já no primeiro semestre de 2020, soluções de pagamento, de fornecedores, de salário, de transferências, alavancadas no Open Banking e no PIX.”
Para dar tração a esse portfólio de produto e serviços, o BTG+ Business também vai apostar em parcerias estratégicas. Sob essa ótica, figuram acordos que permitam oferecer, por exemplo, financiamento de capital de giro a partir da integração com sistemas de gestão de controle de estoque.
“Não queremos ser um banco só de crédito, de pagamento de boleto ou de fazer TEDs”, disse Rogério Stallone, cohead do BTG+ Business. “Mas sim, um banco completo”, acrescentou, citando números para referendar a relevância desse público, como o fato de o País ter 19 milhões de empresas desse porte, responsáveis por mais de 30% do PIB e por mais de 62% dos empregos formais.