A Domo Invest, gestora que tem como sócios Rodrigo Borges, Marcello Gonçalves, Felipe Andrade, Gabriel Sidi e Guga Stocco, está começando a captação de um novo fundo de venture capital de R$ 100 milhões, o Domo Venture II.
No Domo Venture I, que era também de R$ 100 milhões, a gestora investiu em 22 startups. Entre elas, estão nomes como as fintechs Ioou, Noverde, MeuTudo e Grão. O ciclo de novos aportes está encerrado. Agora, os recursos restantes vão ser usados para rodadas subsequentes nas empresas investidas.
“A ideia é repetir o mesmo modelo do primeiro fundo”, afirma Marcello Gonçalves, em entrevista ao NeoFeed. O Domo Venture II vai investir em startups que estão no estágio inicial e pré-Series A, com cheques que vão de R$ 1 milhão a R$ 4 milhões.
Ao mesmo tempo em que está captando um novo fundo voltado a empresas B2C, a Domo Invest está começando a fazer investimentos do Domo Enterprise, fundo de R$ 150 milhões, criado no ano passado, para investir em startups B2B que contam com soluções e produtos que aumentam a produtividade das empresas.
A gestora acaba de liderar um investimento de R$ 5,5 milhões na Rede Vistorias, startup que atua na área de vistorias em ativos imobiliários com sede em Florianópolis. A rodada contou também com a participação da Terracotta Ventures e da Invisto.
Esse é o segundo aporte do Domo Enterprise. O primeiro foi na FindUp, uma espécie de “Uber” de técnicos de informática, que reúne mais de 10 mil profissionais espalhados pelo Brasil com o intuito de atender empresas de forma rápida.
A Rede Vistorias foi fundada em 2016 com o objetivo de padronizar as vistorias de ativos imobiliários através de tecnologia. “A solução permite fazer um vistoria de um imóvel de forma detalhada e imparcial, através de um check-list para não esquecer nenhum item”, diz Enrico Dias, CEO da Rede Vistorias, ao NeoFeed. “Em uma vistoria de saída, por exemplo, o sistema define o que é depreciação e o que mau uso.”
A startup já conquistou 1,2 mil clientes, entre imobiliárias, construtoras e instituições financeiras. No total, a empresa já vistoriou mais de 12 milhões de metros quadrados em mais de 120 mil vistorias. Atualmente, a empresa faz 10 mil vistorias por mês e está crescendo a um taxa mensal de 25%. “Vamos acelerar a nossa expansão, aproveitando o processo de digitalização que todo o segmento está passando”, afirma Dias.
O aporte será usado para aumentar o volume de vistorias mensais. Hoje, a empresa atua em 400 cidades e conta com aproximadamente 600 vistoriadores, que são, em geral, microempreendedores individuais que assinam contratos com a Rede Vistorias.
O modelo é misto, composto por uma rede própria ou via franquias. Em sua rede, a startup cobra por vistorias realizadas. Nas franquias, ela recebe royalties para que a marca possa ser usada pelos franqueados.
Com o aporte da Domo Invest, a Rede Vistorias vai apostar ainda em duas novas áreas: a de serviços financeiros e a da venda de sua solução no modelo de SaaS (software as service).
No caso dos serviços financeiros, a Rede Vistorias comprou uma participação majoritária na corretora Rede Confiax, baseada em Minas Gerais. A ideia é começar a oferecer serviços exclusivos à base de clientes. “Quem contratar um seguro fiança e residencial, pode ganhar uma vistoria” diz Dias, exemplificando um tipo de oferta que poderá oferecer.
No cardápio de serviços financeiros, a Rede Vistorias pretende oferecer também antecipação de aluguel e crédito para reformas. A modalidade será via “home equity”, em que o imóvel entra como garantia do empréstimo. A atuação não será direta, mas sim via parceiros que estão em negociação.
Na área de SaaS, o plano é vender sua solução para construtoras, que pagarão uma mensalidade para usar a plataforma. “O nosso foco vai ser o setor de real estate”, afirma Dias.
A companhia já conta entre seus clientes com grandes empresas que usam os seus serviços de vistorias. Entre elas estão a Housi, que atua com aluguel de imóveis e pretende abrir o capital da B3, e a Loft, startup de compra e venda de imóveis que vale mais de US$ 1 bilhão.