Aos 59 anos, Peter Diamandis é um dos nomes mais respeitados quando se pensa em tecnologia e inovação. A fama não é por acaso. Além de fundador e diretor da Singularity University, ele é investidor, escritor, palestrante e traz ainda no currículo a criação de mais de vinte empresas.

Um tema, no entanto, é recorrente em todas essas atividades e concentra boa parte do tempo do americano, eleito pela revista Fortune como um dos 50 maiores líderes mundiais: a necessidade da reinvenção da indústria de saúde.

“Infelizmente, hoje não temos um sistema de saúde”, disse Diamandis, em evento promovido pela Novartis na manhã desta quarta-feira, 9 de dezembro. “Temos um sistema que cuida das pessoas depois que elas adoecem, ao invés de mantê-las saudáveis o maior tempo possível.”

Na contramão do cenário atual do setor, ele destacou que o futuro da saúde está na convergência do que ele chama de tecnologias exponenciais. O pacote em questão envolve conceitos e recursos como inteligência artificial, sensores, robótica, impressoras 3D, biologia sintética e realidade aumentada.

A partir da aplicação combinada de uma ou mais tecnologias citadas nesse espectro, Diamandis enxerga outra tendência que deve ganhar corpo nos próximos anos e substituirá práticas como a realização anual de check-ups.

“Em um futuro próximo, veremos a saúde saindo do hospital e indo para a casa das pessoas”, observou. “Teremos vários sensores no nosso corpo, nas camas, nos escritórios e mediremos tudo o que for possível. Desde o nível de glicose até como você digita e como você anda.”

Esse volume de dados coletados, por sua vez, será associado ao uso massivo de inteligência artificial. Na visão de Diamandis, esse conceito irá transformar o setor, ao permitir fornecer diagnósticos, tratamentos e prescrições personalizados, além de reduzir custos nesses processos.

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Além de traçar as possíveis transformações nessa indústria, o fundador da Singularity University classificou como “incrível” a resposta global à pandemia, a partir do uso de tecnologia, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de vacinas.

Nesse campo, Diamandis destacou o projeto da Covaxx, biotech fundada por ele neste ano e que já captou US$ 32,9 milhões. A startup tem uma vacina contra a Covid-19 nas fases 2 e 3 dos ensaios clínicos, em países como o Brasil.

“Nossa previsão é ter a vacina disponível no início de fevereiro”, afirmou. “Vamos fabricar 100 milhões de doses no primeiro semestre de 2021 e outros milhões no segundo semestre.”

Essa não é a única iniciativa de Diamandis no setor. Ele é também um dos sócios e fundadores do Bold Capital Partners, fundo de venture capital. Com cerca de US$ 250 milhões em investimentos, o veículo tem no portfólio uma série de healthtechs e biotechs.

A lista inclui nomes como Alivecor, que usa machine learning para prevenir doenças cardíacas; a Bionaut Labs, que usa robôs para tratamentos remotos; a Curebase, que fornece tecnologia para ensaios clínicos de baixo custo; e a Docbot, que aplica inteligência artificial para aumentar a precisão e a eficiência em diagnósticos e procedimentos.

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