Os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss ficaram conhecidos por moverem um processo contra Mark Zuckerberg, alegando que o fundador do Facebook havia roubado deles a ideia da rede social, quando estudavam em Harvard. Em 2013, a dupla chegou a um acordo com o bilionário, que lhes rendeu US$ 65 milhões.
Parte da cifra foi investida em bitcoin e na fundação, em 2014, da corretora de moedas virtuais Gemini. Esses passos recolocaram os Winklevoss sob os holofotes. Segundo a revista Forbes, eles lideram a lista dos bilionários das criptomoedas, com um patrimônio de US$ 1,4 bilhão, considerando apenas o que acumularam com esses ativos.
Depois de ganharem fama e fortuna, os dois irmãos querem popularizar também as criptomoedas. Esse é um dos motes da nova empreitada da Gemini. A empresa está preparando o lançamento de um cartão de crédito com recompensas em moedas virtuais.
No modelo desenhado, os consumidores poderão ganhar até 3% em bitcoin ou outras criptomoedas nas compras com o cartão. O “prêmio” será depositado automaticamente nas contas desses usuários com a Gemini. Além de impulsionar a base de usuários da empresa, o formato é, na prática, uma porta de entrada de menor risco para quem ainda não investe nessas moedas.
“O cartão de crédito Gemini tornará mais fácil para qualquer consumidor investir em bitcoin e outras criptomoedas, sem alterar o seu comportamento”, afirmou Tyler, também CEO da Gemini, em nota sobre a iniciativa. “Em vez de decidir como e quando comprar esses ativos, os clientes poderão fazê-lo com suas compras diárias.”
De acordo com a empresa, o cartão Gemini funcionará como um cartão de crédito tradicional e estará disponível para todos os americanos, com uma ampla rede de aceitação. Previsto para chegar ao mercado até o fim do ano, o cartão já está com uma lista de espera aberta, que dará acesso antecipado a alguns usuários. Entre eles, as mais de 10 mil pessoas que estavam cadastradas em um projeto similar da Blockrize, fintech californiana adquirida pela Gemini no fim de 2020.
Fechado justamente com o objetivo de acelerar esse projeto, o acordo com a Blockrize foi a segunda aquisição da Gemini desde a sua fundação. Antes, em novembro de 2019, a empresa já havia comprado a Nifty Gateway, outra fintech de São Francisco.
A Gemini não está, porém, sozinha nesse espaço. Em dezembro, a também americana BlockFi anunciou um produto nesses mesmos moldes. Na oferta da startup, fundada em 2017, os titulares dos cartões podem ganhar recompensas de 1,5% nas compras realizadas.
À parte da concorrência, os Winklevoss tem planos ambiciosos. Em entrevista à agência Bloomberg, Cameron observou que eles estão considerando abrir o capital da Gemini. “Estamos olhando o mercado e tendo discussões internas para entender se isso faz sentido neste momento. Certamente estamos abertos”, afirmou.
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