Na noite da terça-feira, o Santander surpreendeu o mercado ao anunciar que Sérgio Rial, CEO do banco no Brasil e na América do Sul, deixará essas posições para assumir a presidência do conselho de administração da instituição.

O processo de sucessão deve ser concluído no início de 2022. Rial, que divulgou uma nota oficial na sequência do fato relevante, será substituído no Brasil por Mário Roberto Opice Leão, e, na região, por Carlos Rey de Vicente.

Na manhã desta quarta-feira, menos de 24 horas depois do anúncio, o executivo aproveitou a teleconferência de resultados do segundo trimestre do banco para dar mais detalhes sobre essa transição. E fez questão de passar algumas mensagens ao mercado.

“Teremos outras chances para explorar a transição e os riscos potenciais dessa mudança. Mas quero assegurar a vocês que o que ouvirão de mim é que essa sucessão foi planejada”, afirmou Rial. “Estamos no melhor e mais forte momento da empresa nos últimos 10, 15 anos. E é exatamente nesse ponto que se deve planejar e colocar em prática um processo gradual e correto de sucessão.”

Rial também repetiu, mais de uma vez, que seguirá no grupo. E deixou claro qual será o seu papel nessa nova estrutura. “Não vou ser um presidente-executivo, mas não serei um presidente de comitê. Estarei presente no banco e, com certeza, vou ajudar a nova gestão a dar sequência na estratégia”, disse.

Outro ponto abordado foi o fato dele ter influenciado na escolha de Leão para assumir o comando da operação brasileira. “Tive a oportunidade testar, ver observar e desafiar não apenas o Mário, mas outros nomes em potencial”, contou. “E estou convencido que ele tem comprometimento, liderança e mais ambição para os negócios do que eu. E que vou deixar a organização em boas mãos.”

Em sua participação, Rial também discorreu brevemente sobre o legado que acredita deixar com a sua gestão. “Acho que é um componente cultural muito forte”, disse. “De velocidade, desejo de crescer de foco constante em buscar onde estão essas oportunidades de crescimento.”

Ele observou que a transição gradual no cargo terá início efetivamente em novembro. E acrescentou qual será seu objetivo nesse processo. “Vamos entregar o melhor ano da história da empresa. E, o mais importante, criar uma base sólida e fenomenal para 2022.”

Resultado

No caminho para buscar a concretização desse plano, o Santander encerrou o segundo trimestre de 2021 com um lucro líquido de R$ 4,17 bilhões, alta de 98,4% quando comparada ao resultado divulgado no mesmo período de 2020.

Entre abril e junho, a carteira de crédito do banco somou R$ 439,7 bilhões, um crescimento de 14,9%, com destaque para as carteiras de pessoa física e de pequenas e médias empresas, com expansões de 6,4% e de 6,5%, respectivamente.

Já as despesas com a provisão para créditos de liquidação duvidosa foram de R$ 3,32 bilhões, queda de 0,3% na base anual, com um custo de crédito de 2,7%. O índice de inadimplência, por sua vez, ficou em 2,2%.

No fim de junho, o volume total de ativos do Santander ficou em R$ 940,9 bilhões, o que representou um recuo de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado e de 3,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2021.

As ações do banco, avaliado em R$ 138,7 bilhões, estavam sendo negociadas com ligeira queda de 0,27% por volta das 11h25.