Em 2012, quando chegou ao mercado, a Conta Azul foi uma das primeiras startups no País a desbravar a oferta de softwares de gestão (ERP) na nuvem. Alguns anos depois, a companhia incorporou funções e profissionais de contabilidade a essa proposta, mais centrada em pequenas e médias empresas.

Mais recentemente, a startup passou a reforçar um segundo componente no entorno de seus sistemas: as operações bancárias, como contas a pagar e a receber. Nesta quarta-feira, 21 de dezembor, a startup anuncia um novo passo nesse terreno, com a compra da Swipe, dona de uma plataforma de banking as a service.

“Na nossa visão, o ERP deve funcionar como o internet banking das empresas, com poucos cliques e sem retrabalho”, diz Vinicius Roveda, cofundador e CEO da Conta Azul, ao NeoFeed. “E a aquisição da Swipe nos dá a possibilidade de explorar essa proposta mais a fundo e com mais propriedade.”

Fundada em 2017, em São Paulo, a Swipe tem uma plataforma white label que viabiliza a oferta de produtos e serviços financeiros, como contas digitais, por empresas do setor e de outros segmentos da economia. Os termos financeiros do acordo com a Conta Azul não foram revelados.

Vitor Almeida, CEO da Swipe, e os sete funcionários serão mantidos. A empresa seguirá independente. Ao mesmo tempo, a Conta Azul terá mais rapidez para desenvolver e ofertar essas soluções aos seus mais de 100 mil clientes, com os quais, irá gerar uma receita de mais de R$ 100 milhões em 2021.

“A aquisição acelera o lançamento da nossa conta digital integrada ao ERP, para o primeiro semestre de 2022”, diz Roveda. “Esse vai ser o nosso foco inicial e vai tomar boa parte de 2022. Mas temos o plano de ir além, com a oferta de produtos como opções de crédito para a nossa base de clientes.”

Essa é a terceira aquisição na história de quase dez anos da Conta Azul. E a empresa não vai parar por aí. Roveda diz que a companhia já está avaliando novos acordos no plano dos produtos e serviços bancários e em outros segmentos.

Vinicius Roveda, cofundador e CEO da Conta Azul

“Vamos ter outros anúncios em 2022”, afirma. Ele acrescenta que essa estratégia será financiada com o próprio caixa da empresa. “Temos Ebtida positivo há quase dois anos, um caixa muito saudável e recursos suficientes para levar à frente esse plano.”

A empresa não é a única a olhar para esse espaço. Entre outros exemplos, a Omie, que também oferece ERP na nuvem, vem cumprindo uma agenda forte de aquisições. A maior e mais recente veio em novembro, com a compra do banco digital Linker, por R$ 120 milhões.