Como parte de sua estratégia de aumentar suas fontes de receita, a Netflix anunciou nesta quinta-feira, 13 de outubro, os preços e a data de lançamento para o seu novo plano de assinatura do serviço de streaming.
A nova opção, Básico com Anúncios, trará propagandas antes e durante a exibição do conteúdo, fica disponível a partir do dia 3 de novembro e vai custar mensalmente US$ 6,90 nos Estados Unidos e R$ 18,90 no Brasil.
O novo plano é o mais barato ofertado pela Netflix. A segunda opção mais em conta é o plano Básico, que custa R$ 25,90 por mês. Ambos têm qualidade de exibição de conteúdo em HD (720p). Há ainda outras duas opções de plano: Padrão, que custa R$ 39,90 e tem qualidade Full HD (1080p); e Premium, que custa R$ 55,90 por mês e oferece a transmissão em 4K (2160p).
Em seu site oficial, a Netflix informou que o novo plano terá uma média de 4 a 5 minutos de anúncios por hora e que as peças publicitárias terão duração de 15 a 30 segundos. A empresa também informou que “um número limitado de filmes e séries não estarão disponíveis devido a restrições de licenciamento”, mas que “já está trabalhando nisso”.
Além de Brasil e Estados Unidos, o Básico com Anúncios também será ofertado em mercados como Canada, Reino Unido, Alemanha, Japão, Austrália, entre outros. Ao todo a companhia opera em mais de 190 países e tem pouco mais de 220 milhões de assinantes.
O lançamento da nova opção de assinatura acontece sete meses após a Netflix afirmar que passaria a incorporar publicidade dentro de sua plataforma. Em um primeiro momento, a ideia é diversificar as fontes de receita.
Nos últimos meses, a Netflix correu atrás de agências de publicidade para firmar acordos neste sentido. Em setembro, o Business Insider relatou que a empresa estava cobrando 20% a mais do que a média do mercado e que o tíquete mínimo girava em torno de US$ 20 milhões.
Um estudo realizado pela consultoria americana MoffettNathanson estima que a Netflix poderia gerar US$ 1,2 bilhão em publicidade por ano a partir de 2025, levando-se em conta apenas o mercado americano. Para efeito de comparação, no ano passado, a empresa reportou uma receita global de US$ 29,6 bilhões.
A Netflix também espera ganhar novos usuários com um plano mais econômico, conforme revelado por Ted Sarandos, CEO da empresa, em julho deste ano. “Estamos adicionando um plano para pessoas que dizem 'ei, eu quero um plano mais baixo e assistirei anúncios'", afirmou o executivo ao The Hollywood Reporter. A expectativa é ter pelo menos mais 500 mil assinantes neste plano até o fim do ano.
Há o risco de migração de usuários de planos mais caros para a opção mais em conta, o que canibalizaria o negócio. Por outro lado, quanto mais pessoas estiverem assistindo a comerciais publicitários, a Netflix aumentará sua barganha para cobrar mais caro pela exibição desses anúncios.
Aumentar o número de usuários da plataforma vem sendo uma meta da companhia depois da perda de assinantes nos últimos trimestres. Em seu último balanço financeiro divulgado, relativo ao segundo trimestre, a Netflix reportou perda de 1 milhão de usuários.
O mercado reagiu bem a novidade. No pregão desta quinta-feira, as ações da Netflix estavam negociando com alta de 4,8% por volta das 16h. Com isso, a companhia passou a ser avaliada em US$ 102,9 bilhões. O valor é 60% menor do que o registrado no começo deste ano.