Aluizio Mercadante, anunciado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva como o novo presidente do BNDES, já começou a preparar a sua entrada no banco de fomento. E tem buscado executivos para compor o comando do banco. Segundo o NeoFeed apurou, ele acaba de convidar Alexandre Abreu para uma das diretorias do BNDES.
Abreu foi presidente do Banco do Brasil durante o governo Dilma e, de 2018 a julho deste ano, ocupou o cargo de CEO do Banco Original. De acordo com fontes ouvidas pelo NeoFeed, ele deve aceitar o cargo. E, segundo essas mesmas fontes, ele terá a missão de fazer a ponte entre o BNDES e o mercado financeiro.
“O BNDES trabalha muito em parceria com os bancos e essa relação é fundamental”, diz um profissional do mercado a par das negociações. É, de fato, crucial alguém que consiga acalmar os ânimos do mercado diante dos sinais que vieram de Brasília, desde a semana passada, quando a lei das Estatais foi colocada em xeque.
A própria nomeação de Mercadante foi malvista pelo mercado, que esperava um profissional técnico para o banco e não um político ligado ao PT, sobretudo aos anos do governo Dilma Rousseff. Abreu, por ter sido da diretoria executiva da Febraban quando estava no BB e depois no Original, pode melhorar essa interlocução.
Segundo pessoas próximas do governo de transição, o BNDES parou de dar crédito e precisa voltar a estimular a economia. Mas não como no passado quando o banco chegou a ser responsável por 21% do mercado de crédito no Brasil. Hoje, responde por 9%. A ordem é arrumar funding sem onerar o Tesouro Nacional. “Eles sabem que não há espaço fiscal para isso.”
Uma das expectativas é aproveitar a influência de Lula no cenário global e fazer convênios com fundos e organismos internacionais. Se isso vai se concretizar, já é outra história. Por enquanto, o mercado assiste, apreensivo, os movimentos e as indicações do governo eleito.
Nos nove primeiros meses deste ano, o BNDES atingiu um lucro líquido de R$ 34,2 bilhões, 29,5% superior ao número anotado no mesmo período do ano passado. O patrimônio líquido atingiu R$ 137 bilhões e o seu Índice de Basileia alcançou 36% no último trimestre, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central.