Califórnia - Quando os hackers ganham as manchetes, as empresas de segurança digital faturam alto. E a invasão de celulares de Procuradores da Lava Jato, colocou o assunto na ordem do dia.

O mercado de segurança digital é gigantesco. Segundo previsão do site Venture Beat, ele é avaliado em cerca de US$ 160 bilhões. Em 2023, pode atingir a marca de US$ 250 bilhões.

Na semana passada, o mercado sentiu a temperatura desse setor. A CrowStrike, uma startup que conta com uma solução de segurança na nuvem, abriu o capital na Nasdaq, a bolsa eletrônica dos Estados Unidos. Ela começou tentando vender seus papéis entre US$ 19 e US$ 23.

A demanda foi tão alta que ela passou a variação entre US$ 28 e US$ 30. No primeiro dia, as ações subiram 71%. A empresa já vale mais de US$ 12 bilhões. Hoje, segunda-feira, 17 de junho, as ações estão sendo vendidas a quase US$ 70.

Um sinal de que os investidores estão com apetite por empresas de segurança foi o aporte de US$ 300 milhões recebido pela Knowbe4, uma startup especializada em treinamento de funcionários para que eles tomem decisões mais seguras no ambiente digital. A rodada foi liderada pelo fundo americano de venture capital KKR, que a avaliou em US$ 1 bilhão.

Com esse aporte, a empresa liderada pelo CEO Stu Sjouwerman vai investir em iniciativas para crescimento global e em melhorias de sua plataforma de treinamento anti-phishing. Embora a técnica não seja nova, o último relatório Vehicle Data Bus Interface, publicado em 2018, mostrou que 90% dos ataques online envolvem mecanismos de phishing, contando com uma falha humana para corromper um sistema.

"Ameaças como phishing, ransomware e outras formas de engenharia social continuam atormentando organizações de todos os tamanhos, o que significa que o mercado para o treinamento de conscientização de segurança está crescendo em ritmo acelerado", disse Sjouwerman em recente entrevista ao Yahoo Finance.

Outra companhia que merece atenção é a SecurityScorecard, fundada em Nova York em 2013, e cujas atividades compreendem avaliar e identificar possíveis brechas nos sistemas de grandes empresas, julgando tudo sob o ponto de perspectiva do hacker. Contando com o apoio financeiro de grandes investidores como a Sequoia e o GV, o grupo de investimento das Alphabet, a startup levantou mais US$ 50 milhões em uma série D, em uma rodada liderada pela Riverwood Capital e que contou com a participação da Intel Capital, Evolution Equity, Two Sigma, Axa Ventures e Accomplice.

Em recente entrevista, o investidor Jeb Miller, gerente-geral da Icon Ventures, disse que é evidente que a indústria de segurança B2B está experimentando um boom, mas que é importante observar que o crescimento está mudando de mãos. As marcas tradicionais do setor, como Splunk, McAfee e Symantec estão tendo dificuldade de acompanhar as novas soluções propostas pelas startups.

"Além disso, tenha em mente que 90% de todos os dados disponíveis foram gerados nos últimos dois anos", diz Miller, que ainda lembra que as companhias estenderam seus serviços a plataformas de nuvens, celulares e APIs. “Isso é terreno fértil para ações maliciosas tanto no setor privado, quanto no setor público.

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